Crise migratória. Pior naufrágio de sempre no Canal da Mancha faz pelo menos 31 mortos

É expectável que o número de vítimas possa vir a aumentar, assumem as autoridades. Primeiro-ministro francês fala em “tragédia”, Boris Johnson convoca gabinete de crise.

elo menos 31 migrantes morreram esta quarta-feira a tentar atravessar o Canal da Mancha, que liga França ao Reino Unido, na sequência do naufrágio de uma embarcação ao largo de Calais, avançou a polícia francesa num balanço provisório.

Os primeiros balanços avançados pela polícia francesa e pelo Ministério do Interior francês davam conta de “mais de 20 mortos” e de “pelo menos cinco vítimas mortais e cinco pessoas inconscientes”, respetivamente.

É expectável que o número de vítimas possa vir a aumentar. A imprensa francesa diz que este é o “pior naufrágio de sempre” a envolver migrantes no Canal da Mancha.

Segundo uma fonte citada pelas agências internacionais, a embarcação transportava cerca de 50 pessoas.

Numa primeira reação, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, fala numa “tragédia”.

“Os meus pensamentos estão com os muitos desaparecidos e feridos, vítimas de passadores criminosos que exploram a sua angústia e miséria”, afirmou o governante, numa mensagem publicada na rede social Twitter, assegurando estar a seguir a evolução da situação “em tempo real”.

Forças britânicas e francesas estão a conduzir buscas na área, por mar e por ar.

Entretanto, o gabinete do primeiro-ministro britânico divulgou que Boris Johnson convocou o gabinete de crise.

Na segunda-feira, o Ministério do Interior britânico disse que o número de migrantes que atravessaram o Canal da Mancha para entrarem ilegalmente no Reino Unido ao longo deste ano é três vezes superior ao registado em 2020.

Os dados do ministério referem que 886 pessoas chegaram ao Reino Unido só no passado sábado, elevando o total desde o início deste ano a mais de 25.700. O ano passado foram identificados 8.469 migrantes.

No início deste mês registou-se um recorde de chegadas num só dia, com 1.185 migrantes.

TSF/Lusa