Museus de todo o país reabrem hoje ao público, Dia Internacional dos Museus, com exposições e iniciativas ‘online’, e normas de segurança, em resposta à pandemia da covid-19, que exigem uso de máscaras e distanciamento social.
Encerrados desde 14 de março, os espaços museológicos, palácios, monumentos nacionais e galerias de arte podem reabrir, no âmbito do programa de desconfinamento aprovado pelo Governo no final de abril, com normas de higiene e segurança adaptadas à sua dimensão.
Ao uso obrigatório de máscaras, à higienização de mãos e de espaços, juntam-se circuitos sinalizados, a estimativa prévia da duração das visitas e a limitação de uma pessoa por cada 20 metros quadrados, segundo os princípios apresentados pela secretária de Estado Adjunta e do Património, Ângela Ferreira, no parlamento, na semana passada.
Pagamentos por cartão, abolição de folhas de sala são outras recomendações existentes, assim como o adiamento da abertura de serviços não essenciais, como os educativos.
As “Medidas, Orientações e Recomendações”, para um “regresso seguro” ao património cultural, disponibilizadas na sexta-feira, estabelecem ainda, entre outros princípios, que sejam desligados sistemas de climatização, dando-se “preferência à ventilação natural”, que as casas de banho tenham “sabão azul e branco e água quente, além de dispensadores de álcool gel e de toalhetes de papel”, e que “os objetos em exibição devem ser limpos apenas por conservadores ou profissionais da coleção, devidamente treinados”.
Admitem ainda a reabertura gradual de museus, monumentos e palácios, em função das suas “tipologias e especificidades”, assim como o ajustamento dos seus horários.
Na segunda-feira, Dia Internacional dos Museus, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) mantém a tradição da entrada gratuita em museus, monumentos e palácios da sua tutela.
Na reabertura do Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, será feita a apresentação da “casa” para futuro restauro dos Painéis de São Vicente, apresentada uma obra inédita de Domingos Sequeira e inaugurada uma exposição temporária de Julião Sarmento, em Lisboa.
No Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado (MNAC), também na capital, além das exposições já patentes, e que se mantêm – “Biografia do Traço. Coleção de Desenho (1836-1920)” e “Pedro Gomes. Encontro às Cegas” -, apresentar-se-á, no átrio da Rua Serpa Pinto, a nova mostra, “Nos Palcos da Paixão”, em parceria com o Museu Nacional do Teatro e da Dança, em torno da obra “Otelo e Desdémona”, do artista espanhol Muñoz Derain (1840-1924).
Esta obra faz parte da coleção do MNAC desde a sua fundação, em 1911, e apenas foi exposta pelo seu primeiro diretor, Carlos Reis, em 1913, numa mostra coletiva.
A Fundação Calouste Gulbenkian, por seu lado, irá reabrir a Coleção do Fundador – o Museu -, e retomar a exposição temporária “A Idade de Ouro do Mobiliário Francês”, seguindo as normas de limitação do número de visitantes.
Apresentará ainda um programa comemorativo ‘online’ que inclui música, dança, ‘performances’, depoimentos, visitas fora de horas e conversas com artistas e responsáveis de museus nacionais e estrangeiros.
Quanto ao espaço Coleção Moderna, do museu, permanecerá de portas fechadas, antecipando o encerramento previsto para as obras de remodelação que vão ligar o edifício ao novo Jardim Gulbenkian.
Quanto ao Museu Coleção Berardo, reabre hoje também com entradas gratuitas para a coleção e as exposições temporárias que, devido ao surto de covid-19, não abriram ao público ou tiveram de ser prolongadas: “Obras Inéditas”, de Julian Opie, “Mutações. The Last Poet”, de Joana Escoval, e “Deeper Shades. Lisboa e Outras Cidades”, de Andreas H. Bitesnich.
Segundo o museu, irão ser seguidas as diretrizes da Direção-Geral de Saúde e as normas de saúde pública e de higiene.
Embora as portas do Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) permaneçam encerradas para obras de remodelação, irá apresentar ‘online’, no canal do Youtube, o projeto “Nyege Nyege: Uma Nova Esperança”, primeiro capítulo do novo programa de música e som, intitulado “Terra Irada”, com curadoria de Pedro Gomes, que irá decorrer ao longo dos próximos meses.
No Porto, todos os espaços de Serralves – o Museu de Arte Contemporânea, a Casa de Serralves e a Casa do Cinema Manoel de Oliveira – vão reabrir também as portas, pelas 10:00, e às 18:00, e será inaugurada a exposição “Lourdes Castro: A Vida é como ela é!”.
A DGPC elaborou um manual para garantir a segurança de visitantes e trabalhadores dos espaços, que seguem as “Medidas, Orientações e Recomendações – Património Cultural Regresso Seguro”, e colocou-o no seu sítio ‘online’ para os espaços que tutela e como orientação para a Rede Portuguesa de Museus.
A DGPC convidou todos os membros desta rede a celebrar a data, sob o tema “Museus para a Igualdade: Diversidade e Inclusão”, “em moldes diferentes dos habituais, nomeadamente através da partilha de visitas e exposições virtuais”.
Lusa / Madremedia