Covid-19: Análises a repatriados por Portugal vão ser repetidas hoje

As análises ao novo coronavírus no grupo de 20 repatriados da China que está em isolamento voluntário no hospital Pulido Valente, em Lisboa, vão ser repetidas hoje de manhã.

Segundo disse à agência Lusa a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, uma equipa do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge estará pelas 09:30 no Pulido Valente para fazer a recolha das amostras respiratórias aos 18 portugueses e duas brasileiras que vieram da China e que chegaram a Lisboa no dia 02 deste mês.

Graça Freitas adiantou que o resultado destas análises será conhecido “algumas horas depois”, durante a tarde.

As primeiras análises a estes cidadãos deram negativo ao novo coronavírus (que provoca a doença entretanto nomeada como Covid-19).

Desde o dia 02 de fevereiro, que os 20 cidadãos estão instalados no Hospital Pulido Valente (Centro Hospitalar de Lisboa Norte), num isolamento voluntário que tem essencialmente caráter preventivo.

O surto do novo coronavírus que surgiu na China teve como epicentro a cidade de Wuhan. A infeção já afetou mais de 60 mil pessoas e levou à morte de mais de 1.300.

A China anunciou uma mudança de critérios na classificação de infetados pelo novo coronavírus, não sendo obrigatório uma análise laboratorial positiva.

Segundo a diretora-geral da Saúde, esta alteração é “normal e legítima”, uma vez que passa a basear-se em critérios clínicos e em exames radiológicos que confirmem uma pneumonia.

A alteração deste critério permitiu, segundo Graça Freitas, incluir nos infetados, de modo retrospetivo, pessoas doentes e que não chegaram a fazer análise laboratorial. Por outro lado, pode melhorar a capacidade de tratamento, uma vez que os doentes passam de imediato a receber tratamento, mesmo antes ou sem a confirmação laboratorial.

Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população

O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:

– Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;

– Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;

– Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;

– Evitar contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;

– Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;

– Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.

Combater a desinformação

A Organização Mundial da Saúde tem tentado também divulgar factos para combater a desinformação e mitos ligados ao novo coronavírus. Eis algumas dessas informações:

– É seguro receber cartas ou encomendas vindas da China, porque as análises feitas demonstram que o coronavírus não sobrevive muito tempo em objetos como envelopes ou pacotes;

– Não há qualquer indicação de que animais de estimação, como cães e gatos, possam ser infetados ou portadores do novo coronavírus. Mas deve lavar-se sempre as mãos após contacto direto com animais domésticos, porque protege contra outro tipo de doenças ou bactérias;

– Não há também prova científica de que o consumo de alho ajude a proteger contra o novo coronavírus;

– Usar e colocar óleo de sésamo não mata o novo coronavírus;

– As atuais vacinas disponíveis no mercado contra a pneumonia não previnem contra o coronavírus 2019-nCoV. Este novo vírus precisa de uma nova vacina que ainda não foi desenvolvida;

– Os antibióticos não servem para proteger ou tratar as infeções provocadas pelo coronavírus. Os antibióticos são usados para infeções bacterianas e não virais. Contudo, os doentes hospitalizados infetados com coronavírus poderão ter de receber antibióticos porque pode estar presente também uma infeção bacteriana;

– Pessoas de todas as idades podem ser afetadas pelo coronavírus. Contudo, pessoas mais velhas ou com doenças crónicas (como asma ou diabetes) parecem ser mais vulneráveis a ter doença grave quando infetadas.

Lusa