O chefe do Governo considera urgente “fazer mudanças nesse sentido”.
O primeiro-ministro, António Costa, assumiu este sábado ser preciso fazer um “grande investimento” nos estabelecimentos de saúde para o foco da saúde mental e assume que o programa de integração de psicólogos nas escolas está a ser “lento”.
É um grande investimento que tem de ser feito e a capacitação dos diferentes estabelecimentos de saúde para poderem responder a essas necessidades. É também um programa que está a ser desenvolvido, com muita lentidão neste caso, que tem a ver com a introdução de psicólogos na escola de forma a poder haver um melhor acompanhamento, uma melhor proteção e melhor resposta aos problemas de saúde mental entre os jovens”, disse António Costa na conferência sobre o “Futuro da Europa”, que decorreu esta tarde em Serralves, no Porto.
António Costa falava no seguimento de uma questão de Guilherme Almeida, estudante do 11.º de Economia na Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, que alertou este sábado o primeiro-ministro para a necessidade de apoiar os jovens a prevenir a doença mental.
É que urgentemente precisamos de fazer mudanças neste sentido. A pandemia da covid-19 só veio aumentar os casos de saúde mental e a realidade é que recentemente passei por uma situação muito complicada. Vi um jovem à minha frente a ter uma crise de ansiedade e não sabia como reagir. Saí da escola com uma certeza, que tinha de fazer algo para mudar isto. Existem muito poucos projetos ligados ao ensino para combater isto, para ensinar os jovens a saber como reagir. Isto é preciso, senhor primeiro-ministro”, apelou Guilherme Almeida.
António Costa destacou um dado importante na sociedade portuguesa por se ter começado a falar de “saúde mental”.
Até há pouco tempo, as pessoas não assumiam quando havia problemas de saúde mental como sendo um problema de saúde. Era um tabu. Era algo que envergonhava. A primeira barreira está vencida”, defendeu o primeiro-ministro.
Costa recordou que há uma estratégia nacional para a saúde mental, que foi aprovada há mais de um ano, e que as verbas do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), entre a dimensão das vulnerabilidades, vão preencher fundamentalmente em duas dimensões.
Cuidados Continuados Integrados, para responder à população idosa, e a execução da estratégia de saúde mental”, enumerou.
Energias renováveis, energia nuclear, reformas na educação, ensino em Portugal com autonomia e flexibilização curricular, programas para a internacionalização da cultura e dos artistas em Portugal, entre outros, foram alguns dos temas abordados na conversa de António Costa com vários estudantes na conferência sobre o “Futuro da Europa”.
SIC Notícias