Contados todos os votos, Boris Johnson tem uma mensagem: Vamos dar uma “pausa” nas discussões sobre o Brexit e deixar “sarar as feridas”

Estão finalmente apurados os resultados das eleições gerais do Reino Unido que tiveram lugar esta quinta-feira. O lugar que faltava é tão conservador como os outros 364. Logo depois de sabidos os resultados finais, Boris Johnson dirigiu-se à nação em Downing Street. Começou por agradecer a confiança, garantiu finalizar o divórcio com a União Europeia e pediu tempo para sarar as feridas de um país dividido.

Em frente à residência oficial, como manda a tradição, apenas minutos depois de conhecidos os resultados finais das eleições gerais do Reino Unido, Boris Johnson falou ao país.

Começou por informar que esteve com a Rainha Isabel II e que irá formar um novo governo (uma formalidade da política britânica, na realidade, cabendo a Sua Majestade autorizar o primeiro-ministro a formar o governo).

Aos britânicos, o primeiro-ministro conservador, que viu o seu poder reforçado nestas eleições com uma maioria absoluta, vê nos resultados um “mandato para fazer o Brexit acontecer” e pretende cumprir esse objetivo a 31 de janeiro, data prevista para a saída, depois de sucessivos adiamentos.

Boris Johnson começou por  agradecer a todos aqueles que deram o seu voto ao Partido Conservador, mesmo que tenham hesitado fazê-lo num primeiro momento. A estes, o primeiro-ministro prometeu trabalhar para estar à altura da confiança que lhe foi dada.

Falando repetidamente de um “governo do povo”, Boris Johnson garantiu aos britânicos que podem ter um Natal descansado sabendo que este novo governo está “a trabalhar para que 2020 seja um ano de prosperidade”.

Depois das últimas cinco semanas, assinalou, reconhece que o país merece uma “pausa” de política e, sobretudo, uma pausa de Brexit.

Boris Johnson não passou ao lado das divisões que assolam o país depois de três anos e meio de discussão em torno do divórcio da União Europeia [cuja saída foi referendada em 2016].

A todos os que votaram contra os Conservadores prometeu “não ignorar” os sentimentos que estes têm em relação à UE, com quem pretende trabalhar lado a lado, numa “nova parceira”, em temas como as alterações climáticas, o combate ao terrorismo, o desenvolvimento científico, as relações comerciais.

“Insisto que é tempo de encerrar [este tema] e deixar sarar as feridas”, disse, colocando a tónica na união de todo o Reino Unido — ingleses, escoceses, irlandeses e galeses.

“Vamos unir o país e elevar o nível”, prometeu, “unir todo este incrível Reino Unido: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Juntos, levando-nos para a frente, libertando o potencial de todo o país, dar oportunidades a toda a nação”, disse.

Boris Johnson sinalizou como prioridade reformas no sistema nacional de saúde, além de melhor educação.

“Acredito, aliás, sei porque o ouvi em alto e bom som de todos os cantos do país, que a prioridade do povo britânico agora é que nos foquemos no serviço nacional de saúde, essa ideia simples e bonita que representa o melhor do nosso país”, disse.

“Feliz Natal”, acabou por desejar a todos no final do discurso.

Partido Conservador conquistou uma maioria absoluta expressiva nestas eleições, conquistando 365 lugares em 650 (precisava apenas de 326 para ter maioria).

O derrotado destas eleições é Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhista, que assegurou apenas 203 lugares no parlamento.

Partido Nacional Escocês somou 48 lugares, os Liberais Democratas ficaram com 11, o Partido Unionista Democrático com 8, o Sinn Féin com 7, o Plaid Cymru com 4, o Partido Verde com 1 e outros partidos com 3.

Madremedia