Um congressista democrata, eleito pelo Estado da Califórnia, apresentou a primeira iniciativa legal com vista à destituição (‘impeachment’) de Donald Trump da Presidência dos EUA.
Brad Sherman, que integra a Câmara dos Representantes, acusou Trump de obstruir as investigações à interferência da Federação Russa nas eleições presidenciais de 2016, em parte por demitir o então diretor da polícia federal (FBI, na sigla em inglês), James Comey.
Sherman reconheceu que a sua iniciativa, designada formalmente como artigo para a destituição e consistente numa série de acusações, “é o primeiro passo numa estrada muito comprida”.
Mas, em comunicado, manifestou-se esperançado em que, “se a incompetência impulsiva continuar, então, eventualmente, dentro de muitos, muitos meses, os republicanos vão juntar-se ao esforço para a destituição”.
Este esforço tem poucas possibilidades de êxito na Câmara dos Representantes, dominada pelo partido republicano.
Sherman nem sequer tem o apoio de muitos dos seus correlegionários democratas.
Os próprios líderes dos democratas têm-se distanciado dos esforços para destituir Trump, acreditando que apenas servem para estimular os apoiantes do ocupante da Casa Branca.
A resolução de Sherman conta, porém, com o co-patrocínio do representante democrata Al Green, eleito pelo Estado do Texas.
Sherman entregou o documento um dia depois de o filho do presidente, Donald Trump Jr., ter admitido que se reuniu com uma advogada russa durante a campanha. A advogada prometeu informação do governo russo prejudicial para a então candidata presidencial democrata Hillary Clinton.
Trump Jr. Garantiu que não recebeu informação sobre Clinton durante a reunião.
O presidente tem questionado os seus próprios serviços de informações e recusado a tese da interferência russa nas eleições.
Contudo, as autoridades federais garantem que têm provas irrefutáveis da interferência do Kremlin na eleição presidencial norte-americana.