20.9.2022
Sherri Papini fez declarações falsas ao FBI sobre o seu alegado rapto.
Uma mulher norte-americana que falsificou seu próprio sequestro foi condenada a 18 meses de prisão. Sherri Papini, de 39 anos, fez declarações falsas ao FBI sobre o seu alegado rapto, que encenou em 2016, na Califórnia.
Sherri Papini teria alegadamente desaparecido depois de ter ido correr. Três semanas depois, no Dia de Ação de Graças, compareceu perante as autoridades dizendo que duas mulheres hispânicas a tinham raptado. A informação deu origem a uma complexa operação de busca em todo o estado norte-americano e alimentou divisões raciais.
O FBI concluiu, mais tarde, que tinha afinal estado hospedada em casa de um ex-namorado e, como parte do esquema fraudulento, automutilou-se para simular que tinha sido ferida.
Esta segunda-feira, um tribunal em Sacramento divulgou a sentença. Além de ter sido condenada a ano e meio de cadeia efetiva, Sherri Papini também é obrigada a 36 meses de liberdade condicional e ao pagamento de mais de 300 mil dólares.
Papini acabou por confessar a fraude em tribunal: “Peço desculpa pelas muitas pessoas que sofreram por minha causa – as pessoas que se sacrificaram, as pessoas que se voluntariaram para me ajudar num momento em que eu fingi precisar desesperadamente de ajuda”, disse, numa declaração escrita que proferiu no julgamento.
“As ações de Papini tiveram consequências negativas reais para várias vítimas e para a comunidade”, alegaram os procuradores Veronica Alegria e Shelley Weger no tribunal de Sacramento, considerando necessário “haver uma punição justa devido à sua conduta”.
A sentença para a chamada “super mãe”, como foi rotulada pela imprensa a mãe de dois filhos que se julgava ter sido sequestrada, acabou por ser superior ao esperado, dado que a acusação pedia inicialmente oito meses de prisão por desencadear uma operação policial em grande escala e desperdiçar inúmeros recursos, enquanto a defesa havia proposto uma pena de 30 dias de cadeia.
SIC Notícias
Imagem: NBC News