O concerto de apresentação do Quarteto de Cordas António Fragoso encerrou as Comemorações dos 500 Anos dos Forais de Cantanhede, Ançã e Cadima. Foi ontem, 11 de novembro, perante uma assistência maior que os lugares disponíveis no Salão Nobre dos Paços do Concelho, e com a presença do presidente da Câmara Municipal, João Moura, a vice-presidente da autarquia, Helena Teodósio, o vereador da Cultura, Pedro Cardoso, os vereadores Carlos Ordens e Cristina de Jesus e o presidente da Associação António Fragoso, Eduardo Fragoso.

Constituído por Heloísa Gaspar Ribeiro (violino), Ana Madalena Ribeiro (violino), Lourenço Macedo Sampaio (viola) e Fernando Costa (violoncelo), o Quarteto de Cordas António Fragoso interpretou o Quarteto de Cordas em Fá maior, de Maurice Ravel, e o Quarteto de Cordas em Fá Menor, op. post. 80, de Felix Mendelsshon, evidenciando o talento, a excelência e a qualidade musical destes  jovens músicos portugueses que detêm um palmarés apreciável.

Com o concerto, concluiu-se o vasto programa de eventos que a Câmara Municipal tem vindo a promover para assinalar esses acontecimentos marcantes da história do Município, designadamente o início do processo de organização administrativa e judicial iniciada com a entrada em vigor das Cartas de Foral atribuídas pelo Rei D. Manuel, cujas determinações viriam a alterar a ordem vigente até à primeira década do século XVI.

O lançamento de edições fac-simile dos Forais de Cantanhede (15 de novembro de 2008), Ançã (28 de junho de 2009) e Cadima (22 de agosto de 2014), acompanhadas de estudos de enquadramento histórico da autoria da Professora Doutora Maria Alegria Marques, docente da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, foram o ponto de partida para uma série de iniciativas organizadas para mobilizar as comunidades locais e conhecerem de perto o universo quinhentista que aqueles documentos de algum modo reproduzem, através de conferências, debates e reconstituições de época, entre outros eventos.

Para além de marcar o final das comemorações das três efemérides, o concerto de apresentação pública do Quarteto de Cordas António Fragoso inaugurou mais um grande projeto cultural e artístico da Associação António Fragoso. Criada em 28 de janeiro de 2009, por iniciativa de sobrinhos diretos e sobrinhos-netos do grande compositor e pianista português, esta entidade cultural tem já em atividade a AMAF – Academia de Música António Fragoso e a Academia Internacional de Música Aquiles Delle Vigne.

ASSOCIAÇÃO ANTÓNIO FRAGOSO (AFF)

A Associação António Fragoso (AFF) foi criada em 28 de janeiro de 2009, por iniciativa de sobrinhos diretos e sobrinhos-netos de António Fragoso. Esta entidade cultural tem como objetivos promover «o estudo e divulgação da sua vida e obra, a organização, catalogação, digitalização e arquivo de todo o seu espólio, quer o atualmente conhecido e na posse da família, quer o que venha no futuro a ser descoberto».

Desde a sua fundação até ao momento, a AAF tem concretizado esforços, no sentido de dar a conhecer a obra do compositor cantanhedense, quer através da edição do DVD ‘António Fragoso – uma Antologia’ – que continha duas peças de piano, duas canções, duas composições de música de câmara e uma para orquestra, dando assim uma ideia dos vários tipos de música que António Fragoso compôs –, da revisão técnica das suas composições, bem como da realização de concertos com música fragosiana.

A este respeito, é de assinalar as atividades várias que a Associação desenvolveu em tão pouco tempo, com particular destaque para a promoção de recitais e concertos em vários locais do país, bem como a edição e comercialização de publicações e material audiovisual, nomeadamente CDs, DVDs, filmes e documentários que deem a conhecer o universo artístico de António Fragoso.

Das iniciativas da Associação António Fragoso, constam a reedição do livro António Fragoso. Um Génio Feito Saudade, da autoria de Leonardo Jorge, bem como a realização do Colóquio Internacional sobre “António Fragoso e o Seu Tempo”, que decorreu no Auditório da Culturgest, em Novembro de 2008. O resultado do Colóquio foi depois publicado num livro, com o mesmo nome, que se constitui como uma verdadeira ‘redescoberta’ de António Fragoso.

Em 2011, por decisão da Assembleia Geral de Sócios, foi criado um Departamento de Ensino, sendo que, nesse âmbito, foi criada inicialmente a Academia Internacional de Música ‘Aquiles Delle Vigne’, onde os alunos – sobretudo estrangeiros – podem aperfeiçoar a sua técnica e modo de tocar o piano.

Já em 2013, iniciou as suas atividades pedagógicas a Academia de Música António Fragoso, que tem duas secções: numa primeira, ensina-se órgão e cravo e cultura musical, em Coimbra; e, numa segunda secção, em Cantanhede, ensina-se os nove naipes de sopros, piano, cordas dedilhadas e música coral.

Em parceria ou através de produção própria, a AAF deu, nos últimos dois anos e meio, 93 concertos, um pouco por todo o país e com reconhecido grande sucesso. Importa, ainda, referir que a Associação António Fragoso, juntamente com a sua Academia Internacional de Música de Coimbra, organizou já duas edições do “Ciclo Internacional de Piano”, sendo que a última delas, em dezembro de 2013, foi dedicada a Wagner e Verdi.

Para breve, está previsto o lançamento da biografia revista de António Fragoso, bem como a publicação de dois livros inéditos: “Correspondência” e “Cartas a Maria”.

Por Despacho de Sua Excelência O Secretário de Estado da Cultura, datado de 21 de janeiro de 2013, a Associação António Fragoso foi classificada como Instituição de Interesse Cultural, classificação essa que muito nos honra e que, a par disso, nos dá mais responsabilidades na Dinamização Cultural do nosso País