12.05.2025 –
“DESAPARECERAM DUAS MESAS DE VOTO EM MIRA. E A CÂMARA NÃO QUER FALAR SOBRE ISSO.
QUANDO SE BRINCA COM A DEMOCRACIA, TODOS PERDEM.O Partido Socialista de Mira denuncia uma situação gravíssima e sem precedentes no Concelho: Artur Fresco, em nome da Câmara Municipal decidiu, sem aviso atempado e sem base legal, eliminar duas mesas de voto na Freguesia de Mira, a poucos dias das Eleições Legislativas de 18 de Maio.
Sim, leu bem. Depois de semanas de trabalho sério, com reuniões formais entre partidos, editais oficiais assinados, e dezenas de cidadãos designados para servir nas mesas de voto – a Câmara decidiu apagar tudo isso, desrespeitando tudo e todos.
Houve documentos oficiais assinados e publicados entre 9 de abril e 3 de maio, todos com 11 mesas de voto, com a assinatura de Artur Fresco;
Foram convocadas e realizadas reuniões formais com os partidos, com atas assinadas, onde se indicaram os nomes para todas as mesas;
Foram nomeados 55 cidadãos, com tempo, empenho e sentido de dever cívico; E no dia 5 de Maio, a Câmara decidiu cortar duas mesas e anular o nome de 10 pessoas já confirmadas.
Num encontro apressado, com convocatória feita por telefone uns minutos antes, sem legalidade alguma, sem qualquer formalidade ou respeito institucional.
Sem dar explicações.
Sem permitir discussão.
Sem qualquer documento legal que sustente tal decisão.
Quando o PS tentou colaborar e apresentar soluções equilibradas para resolver a situação com dignidade, foi-nos respondido, de forma fria e autoritária: “É assim e pronto.”
Uma irresponsabilidade inédita
Segundo a própria Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI), ficámos a saber que:
1. A decisão de reduzir para 9 mesas foi única e exclusivamente da Câmara Municipal de Mira, que não atualizou o sistema informático (SIGRE) com os dados corretos das 11 mesas previamente acordadas;
2. A SGMAI confirmou que o prazo legal para alterações terminou a 3 de maio, e como nada foi corrigido pela Câmara, os cadernos eleitorais foram gerados com apenas 9 secções;
3. Apesar disso, a SGMAI admite que ainda seria possível manter as 11 secções manualmente – mas a Câmara optou por não o fazer;
4. A responsabilidade pelas consequências, pela desorganização e pela desinformação aos eleitores é inteiramente da Câmara Municipal de Mira.
Um caso raro a nível nacional
O que se passou em Mira é um erro político grave e um caso raro a nível nacional.
É preciso muito esforço para cometer tantas asneiras em tão pouco tempo.
Num país inteiro em eleições, é em Mira que se assiste a uma trapalhada deste tamanho.
Porque em Mira, neste momento, quem lidera o concelho é um Presidente impreparado e rodeado de incompetência. As decisões são tomadas à pressa, em cima do joelho, sem respeito pelas instituições, pelas pessoas, nem pela democracia.
Isto já não é só falta de profissionalismo. É falta de vergonha.
As instituições já estão a atuar
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) já notificou formalmente o Presidente da Câmara e o Presidente da Junta de Mira para prestarem esclarecimentos. Esperamos que o façam com responsabilidade, sem tentarem culpar outros. Porque quando se ocupa um cargo público, assumem-se as responsabilidades. Não se empurram para os outros.
O PS Mira não se cala
Brincar com mesas de voto não é um erro qualquer. É pôr em causa o direito de todos a votar com confiança num processo democrático limpo e justo. É desrespeitar os eleitores, os voluntários, os partidos e todas as instituições envolvidas. E o Partido Socialista de Mira não se cala.
Estamos aqui para denunciar.
Para exigir respeito.
E para garantir que a democracia em Mira não é desfeita às mãos da incompetência.
Mira, 12 de Maio de 2025
PS Mira”