09.12.2022 –
“Hoje, dia 9 de dezembro, assinala-se em todo o mundo o dia international contra a corrupção. Não é uma data para celebrar, muito menos para comemorar, mas para refletir e agir na luta intransigente contra a corrupção. A corrupção é hoje um fenómeno que empobrece os povos e o maior obstáculo ao desenvolvimentos dos países. Portugal não está imune a este fenómeno que impede uma vida digna para os portugueses e as portuguesas.
Também a democracia portuguesa deixou vingar esta estirpe no seio da elite política, pelo que os nossos cidadãos e cidadãs não podem vacilar e deixar de responder com determinação, exigindo respostas eficazes contra a corrupção e a falta de transparência no poder local e nacional, bem como nas instituições públicas em geral. Não há cidadãos acima da lei, quer sejam políticos, banqueiros, empresários, juristas, diplomatas, gestores públicos, etc., ninguém pode ser intocável. Mas a lista de prevaricadores não parece acabar.
Com corruptos a política deixou de ser a ciência para o bem comum e passou a ser um instrumento de poder de uma classe dirigente que a usa para proveito próprio, com nepotismo, tráfico de influências, conflito de interesses, e pondo os motivos pessoais acima do interesse geral da sociedade. Em Portugal temos assistido a um autêntico assalto aos cargos públicos existentes e à criação de novos cargos e instituições desnecessários com o único objetivo real de albergar os apoiantes dos partidos políticos à sombra do erário público.
É assim imperioso fiscalizar e escrutinar toda a atuação dos agentes políticos e gestores públicos, e prevenir ativamente a corrupção e impedir que os detentores desses cargos não tenham quaisquer benefícios para além dos previstos legalmente. Alguns políticos e agentes públicos não veem nada de errado num sistema que tem servido bem os seus interesses particulares e corporativos. Outros têm o genuíno desejo de mudança, mas têm dificuldade em obter o apoio dos partidos e instituições. Mas corrupção, aos olhos dos cidadãos, mina sobretudo a credibilidade das instituições e desacredita o próprio sistema democrático abrindo o caminho às soluções políticas mais populistas e extremistas. Será que não há alternativa, estaremos mesmo condenados a nos resignarmos a ser governados por um “establishment” aparentemente inalterável ou a entregar o nosso apoio a demagos que se aproveitam das fragilidades do sistema?”
Movimento de Cidadania Democrática
A direção