Três universidades portuguesas continuam entre as 500 melhores do Mundo, pertencendo a liderança à de Lisboa, entre o 201.º e o 300.º lugar, seguindo-se a do Porto (301.º/400.º) e a de Coimbra (401.º/500.º), segundo o prestigiado ranking de Xangai.
As três instituições mantiveram as suas posições relativamente ao ano anterior, mas os reitores avisam que os cortes orçamentais feitos aos longo dos últimos anos já se fazem notar.
“O total de artigos escritos diminuiu de 46,8 pontos para 45 pontos. É uma ligeira descida, mas é um indicador e prende-se com a diminuição do número de investigadores FCT” (Fundação para a Ciência e Tecnologia), avança o reitor da Universidade de Lisboa. António Cruz Serra acredita que, “se o número de artigos tivesse crescido, como sempre aconteceu nos últimos anos, a Universidade de Lisboa teria ficado entre os primeiros 200 lugares”. Ainda assim, o reitor demonstra “grande satisfação” perante o lugar alcançado, sublinhando o “bom trabalho” feito por aquela instituição.
Igualmente, as universidades do Porto e de Coimbra mantêm as suas posições. O Porto continua, pelo terceiro ano consecutivo, entre o 301º e o 400º lugar; e Coimbra, que entrou há dois anos nesta lista, permanece no intervalo 401-500. Mas Sebastião Feyo Azevedo, reitor da Universidade do Porto, afirma que é preciso “ambicionar mais”.
“A nossa posição é um sinal muito positivo. Demonstra inequivocamente que temos um trabalho de qualidade. De facto, temos áreas muito reconhecidas, como as engenharias, a medicina, a biodiversidade, entre outras; mas devemos querer agora ficar nos primeiros 200 lugares”, afirma o reitor. Para isto, será preciso “financiamento e um outro modelo de organização, que permita uma maior participação dos professores nas atividades universitárias”. Para Feyo Azevedo, “deveria haver mais professores, com contrato integral, a desenvolver mais atividade investigativa”.
Sobre os efeitos dos cortes orçamentais sofridos pelo Superior – estimados em quase 300 milhões de euros na última legislatura -, aquele reitor entende que “acabam por evidenciar-se ao longo dos anos, não sendo algo de visibilidade instantânea”. Insiste, contudo, que “tão importante como a questão do financiamento é a questão do modelo de organização”.
O ranking de Xangai é editado há 12 anos pelo Center for World-Class Universities, constituído há mais de duas décadas na universidade chinesa de Jiao Tong. Na sua base considera seis indicadores, entre eles o número de antigos alunos, professores e investigadores que receberam prémios Nobel, o número de artigos publicados nas revistas “Nature” e “Science” e o número de artigos indexados. Mais de 1200 universidades são analisadas.
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