A Câmara de Coimbra vai requerer um inquérito por parte da Autoridade Nacional da Proteção Civil para apurar responsabilidades em cheia na localidade de Cabouco, que aconteceu por falha numa barragem, afirmou o presidente da autarquia.
A cheia inesperada do rio Ceira, junto a Coimbra, inundou 12 habitações e cortou o trânsito na rua e na ponte antiga que atravessam o Cabouco, implicando o desvio da circulação pela nova travessia do rio, ligando a povoação à estrada da Beira (EN 17).
A Câmara Municipal de Coimbra (CMC) pretende que o inquérito explique “a falha que terá levado” à rutura da conduta de transvase entre as barragens do Alto Ceira e de Santa Luzia, na Pampilhosa da Serra, bem como perceber porque é que o sinal de alerta foi lançado “duas horas depois” do incidente na conduta, que considerou “inaceitável”.
O rebentamento da conduta terá ocorrido por volta das 06:00, sendo que a primeira “comunicação foi de um cidadão, às 08:07”, explicou o presidente da CMC, Manuel Machado, em conferência de imprensa.
“O que aconteceu não pode acontecer. Existe um sistema de alerta municipal, distrital e nacional e tem que funcionar em tempo útil”, sublinhou, referindo que “felizmente houve uma evacuação atempada das pessoas”, mas que a situação “evidencia uma falha que pode ser grave”.
O plano de segurança de barragens “tem de ser revisto” e “reexaminado”, exigindo a “identificação dos responsáveis”, por o incidente ter posto “em causa normas elementares da proteção civil”.
“Têm de ser localizados os pontos frágeis deste sistema [de barragens] para isto não voltar a acontecer”, salientou, referindo que o controlo ‘online’ das barragens “não chega”.
Fonte: JN