A Câmara de Coimbra aprovou esta segunda-feira por unanimidade a atribuição da Medalha da Cidade – Grau Ouro ao escritor e poeta Manuel Alegre. A homenagem ao ex-candidato à Presidência da República e antigo dirigente estudantil acontece na altura em que se completam “50 anos do lançamento do livro ‘Praça da Canção’, editado em Coimbra, em janeiro de 1965”, refere a proposta aprovada pelos 11 membros que formam o executivo municipal (cinco eleitos do PS, quatro vereadores da coligação PSD/PPM/MPT, um da CDU e outro do movimento Cidadãos Por Coimbra).
A proposta de atribuição da distinção, que foi apresentada pelo presidente da Câmara, o socialista Manuel Machado, tem “por base a relevância política e cultural, bem como o prestígio deste poeta para Coimbra, para Portugal e para a exaltação dos valores da liberdade, da fraternidade e da igualdade”. Nascido em Águeda, em 12 de maio de 1936, Manuel Alegre, que foi deputado durante 34 anos e pertenceu ao I Governo Constitucional formado pelo PS, estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente estudantil e, designadamente, fundador do CITAC (Centro de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra) e membro do TEUC (Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra). Enquanto atleta da Associação Académica de Coimbra (AAC), Manuel Alegre foi campeão nacional de natação e, noutro plano, dirigiu o jornal ‘A Briosa’, foi redator da revista ‘Vértice’ e colaborador da ‘Via Latina’.
Durante a guerra colonial, “liderou uma tentativa de revolta militar e acabou preso pela [polícia política] PIDE, em 1963, em Luanda”, processo na sequência do qual lhe veio a ser fixada residência fixa em Coimbra. A Medalha da Cidade de Coimbra – Grau Ouro junta-se a “um vasto rol de prémios e distinções que o poeta e escritor tem recebido ao longo dos anos”, entre as quais o Prémio Pessoa (1999) e o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores (1998). A obra literária de Manuel Alegre, que “é o único autor português incluído na antologia ‘Cent poemes sur l’exil’, editado em França, pela Liga dos Direitos do Homem” (1993) está editada em italiano, espanhol, alemão, catalão, francês, romeno e russo
Fonte: CM