O I Mira Motor Classic organizado pela Comissão de Festas de Portomar foi bem mais além do esperado. Por isso, estão todos, a espera de que chegue logo 2023, para repetir a dose!
Ao contrário do que muitos possam pensar, um evento desse tipo – clássicos, motos, minis, etc… – não se limita a ser uma montra de belezas muito bem cuidadas pelos seus proprietários. Não, também não é só um convívio entre amigos dispostos a atravessar Concelhos e Distritos para encontrarem-se por algumas horas… Na verdade, atrás de cada uma dessas relíquias – como as cerca de cento e trinta que estiveram em Portomar no Domingo, há sempre alguma história de vida, algo que ficou gravado na memória dos proprietários… são histórias de emocionar, muitas vezes e o Jornal Mira Online vai contar aos seus leitores, uma – pequena, mas bastante marcante!
Davide Miranda: “Herdei do meu pai, um Toyota e todas as memórias que nele cabem!”
Davide Manuel Santos Miranda, conhecido por Portomar, Mira e em todos os locais onde vai, pela alcunha de Pika é filho de José Ribeiro Miranda – infelizmente, falecido há pouco tempo – que um dia, pelo ano de 1970, comprou um pequeno Toyota, nada mais nada menos que ao primeiro propritário do veículo. Seu nome? Alves Barbosa!
Zé Perreu – José Ribeiro Miranda – foi, desde então e até ao seu falecimento, o segundo proprietário do veículo matrícula SO-21-77 que, ontem, Pika colocou orgulhosamente no parque de exposições e com o qual, passeou pelo Concelho numa caravana que a ninguém deixou indiferente.
“Alves Barbosa comprou este carro para as suas viagens longas, devido ao facto de estar sempre em competições. Acontece que, em cerca de apenas um mês, vendeu-o ao meu pai, para comprar um outro veículo que fossse mais espaçoso, pois havia muito por carregar entre tantas e tantas localidades para onde devia se dirigir…” relatou, emocionado, à reportagem, enquanto mostrava os pequenos detalhes da sua relíquia, que ele tanto preza e que lhe tem um valor inestimável…
São pequenas histórias como esta, ou maiores, que dão um sabor especial a cada interveniente nestes convívios. Vale a pena conhecê-las e ver o sorriso ou a lágrima contida por estes homens e mulheres que tanto valor dão a algo que, a grande maioria não consegue perceber. Podemos ver as suas belezas, mas precisamos ir mais fundo e procurar enchergar aquilo que é “invisível aos olhos” sendo que, como escreveu Saint-Exupery, “só se vê bem com o coração!”
A exposição e o passeio…
Durante cerca de hora e meia, os veículos fizeram um verdadeiro Tour pelo Concelho mirense. Depois de devidamente apreciados pelas pessoas presentes em Portomar, foi a vez dos habitantes e visitantes de Mira, Praia de Mira, Casal de São Tomé, Ermida, Corujeira e muitas outras localidades, terem o privilégio de admirar maravilhas de tamanhos variados, cores luminosas e latarias impecavelmente cuidadas!
As reações, claro, foram tremendamente positivas! Um público sempre bem composto, desde o centro da vila, passando pela – sempre repleta – Praia de Mira, até à aldeia mais pequena, bateu palmas à caravana e celebrou a grandiosidade do evento de uma maneira entusiasta, sem importar-se com o facto do veículo seguinte ser um Ferrari, um Toyota, um Seat, um Lotus ou… um dos dois carros funerários presentes! Aliás, ficará para a história deste I Mira Motor Classic, um desses carros funerários ter avariado momentaneamente à beira da Nacional 109, no Cential. É caso para dizer que o veículo quase morreu naquele lugar… mas, é de notar que foi devidamente ressucitado a ponto de ter conseguido chegar ao ponto de partida, onde aconteceu um “almoço “daqueles”, delicioso e bastante amigável” conforme confidenciou à reportagem, José Manuel Fresco, o mentor e um dos maiores impulsionadores de um evento que ficou marcado para sempre para a história das Festas de Portomar e Cabeço, que acontecerá em Agosto.
José Manuel Fresco, em jeito de saída, explanou a “alegria” de ter ouvido de “participantes, amigos vindos de bem longe, pedidos de que este mega-evento aconteça já no próximo ano, novamente… isso orgulha-nos a todos, muito!”, encerrou.
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