PISTA CICLO PEDONAL
“O melhor da Pátria são as paisagens e o povo”
Estas palavras são de Jaime Cortesão, quando voltou à Praia de Mira, vindo dos campos da Flandres e da 1.ª Guerra Mundial. Ao chegar ao nosso litoral, deparou-se com a plantação da mata, deixando registado, este feito, num célebre livro “ A Batalha das Dunas”. Esta visão continuará actual, pois o melhor que a região detém, é o ambiente e o povo, naquilo que encerram de mais profundo, no plano cultural e identitário.
Sendo o nosso Concelho uma potência ambiental, de propensão turística, a pista pedonal, além de emblemática, é uma benfeitoria de enorme relevância e projecção.
A pista obedeceu a uma ideia (projectada, iniciada, desenvolvida e executada) por gestões socialistas, entre 1995 e 2000, tendo sido inaugurada no dia 25 de Abril de 2000. Teve comparticipação comunitária e mereceu um Prémio Nacional do Ambiente, entregue ao Dr. João Reigota, em Lisboa. Neste mesmo ano era formada a Associação de Municípios da Gândara, pelas Câmaras de Mira, Cantanhede e Vagos, tendo em vista a conquista de projectos comuns aos três concelhos, onde se incluía um projecto que visava unir em pista, a Vagueira, a Praia de Mira e a Praia da Tocha, além de outras zonas do interior. Aconteceu, entretanto que em 2001, o PS perdeu as eleições autárquicas em Mira, para o PSD e a Câmara resolveu terminar com esta associação, perdendo-se mais uma oportunidade e gorando-se a visão de progresso para a região.
A pista ciclo pedonal é uma importante estrutura de cariz turístico/ambiental, mas que se projecta a várias modalidades desportivas, ao campo do Património natural e Cultural, além de divulgar e valorizar zonas agrícolas, a Barrinha, a Lagoa, cursos de água, sapais, florestas, dunas, praias, habitats, moinhos, parques, Ecoturismo, Campismos, Museu Etnográfico, Clube Náutico e outros. É uma estrutura usada por todos os escalões etários, de feição pedagógica e associativa, constituindo um pólo dinamizador e referência incontornável na afirmação do Concelho e região, valorizá-la e preservá-la é um dever prioritário. Infelizmente alguns troços têm estado muito degradados, impraticáveis e perigosos, situações que têm prejudicado, particularmente, a presente época balnear.
Vivemos tempos difíceis, mas não faltam verbas para outras intervenções, bem mais onerosas e nada prioritárias, quando comparadas com a abrangência e interesse daquela estrutura. Estoiram-se verbas na Avenida de Mira e em propaganda, mas nem pequenas verbas são acauteladas para a preservação da pista. Gastam-se verbas exorbitantes na Incubadora, nas Festas de S. Tomé (quais são os valores reais?), na Cultura do Sequeiro, no “pagamento” de favores eleitorais e não se acautela a época balnear nas nossas praias.
Outro aspecto incompreensível é o facto de obras da Polis, ainda agora inauguradas, já apresentarem problemas sérios, provocando até acidentes, como é o caso da marginal da Barrinha. Em tudo isto há uma deficiente planificação e falta de rigor nas prioridades, são factos negativos sobre um tema importante que o Jornal Mira On-line nos solicitou que comentássemos, o que fizemos com todo o gosto. Fizemo-lo com seriedade, elevação e informação plausível, livres das politiquices, dos primarismos e patranhas que nos queiram impingir.
Resumindo, sendo assumido por todos, que a pista é claramente uma mais-valia para o Concelho de Mira que foi construída nas gestões socialistas, concluímos que foi um bom investimento. Sabendo que o actual executivo camarário herdou uma situação financeira favorável, que herdou uma boa quantidade de obras para iniciar e que não tem feito a manutenção necessária aos equipamentos existentes (ex. Pista), questionamos: Afinal qual a estratégia deste executivo? O que é que tem feito verdadeiramente estruturante para o nosso desenvolvimento?
Concluímos, afirmando que é com todo o prazer que damos o nosso testemunho sobre a Pista Ciclo Pedonal, uma estrutura que todos queremos ver melhorada e cuidada. Fazemo-lo de forma límpida e no nosso direito e dever de intervenção cívica. Na verdade, como alguém dizia “ não andamos ao sabor da corrente, não nos deixamos levar por pancadinhas nas costas, nem por propaganda grátis…” Individualmente, não esperamos nada…apenas, o bem comum! Apenas que o Concelho de Mira seja bem gerido e que não desaproveite as oportunidades.
A Pista é uma prioridade!
Partido Socialista de Mira