Pistas Ciclopedonáveis e Turismo sustentado!
Temos um conjunto de Pistas Cicláveis e Pedonais que são um importante património municipal e um recurso essencial.
Percorrendo todo o concelho, as pistas ciclopedonáveis permitem que tenhamos acesso a recantos da nossa terra verdadeiramente deslumbrantes. Serpenteiam ao longo dos ribeiros e valas e envolvem as periferias das lagoas colocando-nos em pontos de vista únicos e intimistas com a nossa realidade natural. Estas pistas, onde se podem fazer passeios ambientais extraordinários, entrar em contato com toda a vida selvagem do nosso território, com uma inserção paisagística de primeira qualidade, com uma envolvência salubre excelente, são a joia que falta descobrir e valorizar dentro e fora de portas.
Nas pistas podemos fruir de um excelente recurso para a manutenção da saúde, passeando só ou acompanhado, respirando um ar ameno, acolhidos pelas zonas húmidas únicas na nossa gândara. Numa dimensão de vários quilómetros, a pé ou de bicicleta, com ela e através dela, podemos desenvolver atividades de lazer e de ócio verdadeiramente retemperadoras do desgaste do trabalho ou afirmadoras de umas férias e fins-de-semana memoráveis e relaxantes.
Muitas são já as famílias, indivíduos e grupos associativos e empresariais que, promovendo as atividades e desportos de ar livre, quer das camadas mais jovens, quer dos adultos e seniores vão organizando o uso das pistas dando-lhes novas feições de uso. Verdadeiramente, podemos construir programas de uso das pistas de forma muito diversa, quer envolvendo a família, os amigos, os atletas, os visitantes, em passeios temáticos, no acesso a zonas de fauna e flora típica da zona, acesso a propriedades agrícolas, acesso a zonas das matas e das valas e lagoas, no acesso à atividade de observação de aves e outros animais, na fotografia, enfim, em todas as atividades de bem-estar e de alegria em contato próximo e íntimo com a natureza.
Podemos e devemos usar este recurso não apenas no verão, mas ao longo de todo o ano.
Podemos e devemos organizar e desafiar as entidades associativas da nossa terra para um uso mais frequente com programas persistentes a desenvolver ao longo do ano. Estes programas podem e devem incluir atividades e encontros que juntem mais pessoas nas práticas desportivas e de lazer ao longo do ano. Estes programas devem incluir ainda os intercâmbios com outras associações e clubes. Teremos assim mais gente nas pistas, mais uso e frequência e por via desta utilização mais olhares e atenções para este bem e joia gandaresa.
Podemos, usando mais, promovendo o uso e conhecimento detalhado do nosso concelho por gente de outras paragens, forasteiros e visitantes ocasionais e intencionais, fazer de cada utilizador das pistas um embaixador e promotor da nossa terra, do seu património e do acolhimento.
Podemos ter mais informação útil, técnica e científica, desportiva e de recreação, de lazer e ócio, disponível para usar de forma múltipla a pista e as suas potencialidades.
Podemos ainda, e algumas entidades do nosso concelho já o fazem, usando as pistas e espaços naturais envolventes, como áreas de apoio (Calvela, Casal de S. Tomé, Moinhos, Lagoa, Barrinha e Barra) e criar animação ambiental e, com isso, atrair forasteiros que nos visitem.
Podemos com programas culturais, turísticos e até científicos, promover um turismo mais diferenciado, ao longo de todo o ano e com mais recursos económicos!
Podemos! Mas antes destes “podemos fazer” e usos criativos das nossas pistas, outros podemos devem ser cumpridos!
São eles: Podemos manter as pistas limpas das infestantes. Podemos fazer uso correto das pistas ciclopedonáveis não as utilizando com veículos motorizadas. Podemos manter os pisos em forma adequada. Podemos fazer uma manutenção programada, persistente, técnica e eficazmente cumprida. Podemos manter as pistas limpas e asseadas como as nossas salas de visitas das nossas casas porque simplesmente somos pessoas asseadas. Podemos fazer tudo isso.
Podemos confiar nos nossos executores políticos (os autarcas com responsabilidade executiva!) e ter a garantia de que a manutenção da responsabilidade da entidade proprietária e gestora das pistas – o Município – tem um plano para podermos usar todos os equipamentos coletivos de forma segura e ambientalmente assertiva.
Podemos não podemos?
Como já várias vezes afirmei e apelei a Manutenção é essencial.
A Manutenção de que falo é uma manutenção programada, que promove a conservação sistemática dos bens públicos municipais, que os valoriza e enquadra no espaço vivencial e urbanístico. Uma manutenção pública de bens e equipamentos que seja também um exemplo pedagógico para os particulares que devem valorizar os seus bens e espaços junto daqueles.
Para cada bem ou equipamento tem que haver um plano de utilização, com planos e segurança para os utentes, com apoios informativos, segurança passiva e ativa, vigilância das suas condições de funcionalidade e utilização e um plano de manutenção que assegure as suas caraterísticas operacionais de acordo com critérios seguros de qualidade.
E tem que haver responsáveis pela sua manutenção, segurança e utilização. Esses responsáveis têm que ter nomes e capacidade técnica para tal.
Falo, portanto, de uma manutenção que faça com que todos e cada um dos mirenses e daqueles que nos visitam sintam que estão num espaço e num equipamento que é cuidado e mantido. Por isso, deve ser usado e cuidado, porque é cuidado, arrumo, funcionalidade, vigilância e asseio que se sente à volta! Uma manutenção que ajude a fazer de cada utilizador um corresponsável pela sua conservação e asseio!
José Carlos Garrucho
Vereador Independente da Câmara Municipal de Mira – MAR
Mira, 14 de Agosto de 2015