Maria Martins conseguiu para Portugal um resultado honroso, um sétimo lugar que dá o 11.º diploma, mais quatro medalhas, à missão em Tóquio 2020.
O ciclismo de pista português fez a sua estreia em Jogos Olímpicos em Tóquio 2020, com o sétimo lugar de Maria Martins no omnium, enquanto Raquel Queirós (27.ª) foi a primeira mulher portuguesa no ‘cross country’ olímpico.
Depois da ‘pioneira’ Ana Barros, que se lesionou em Barcelona 1992 e foi depois 23.ª em Atlanta 1996, Portugal esperou décadas por nova representação velocipédica no feminino.
Esta chegou com uma estreia absoluta para o país, na pista, e logo com um resultado honroso, um sétimo lugar que dá o 11.º diploma, mais quatro medalhas, à missão em Tóquio 2020.
‘Tata’ Martins conseguiu um sexto lugar na corrida de scratch, o oitavo no tempo e o quinto posto na eliminação, chegando depois ao total de 95 pontos na corrida final, de pontos, e ficando a apenas dois do quinto lugar, numa corrida renhida e em aberto até final, ganha pela norte-americana Jennifer Valente.
A jovem de 22 anos já é uma das ciclistas mais marcantes da história da modalidade em Portugal, com vários primeiros pódios em provas, de Europeus a Mundiais, como o bronze no scratch de 2019, e neste domingo juntou nova página de glória à carreira.
Sair com um diploma, disse à Lusa, “é super importante, principalmente para uma atleta feminina, sem ordenados”, porque “o ciclismo feminino ainda está um bocadinho aquém do que devia em termos de salários”.
“Ter o diploma e conseguir manter a bolsa é crucial”, acrescentou.
Já Raquel Queirós, de 21 anos, estreou-se nos Jogos Olímpicos numa fase em que ainda compete sobretudo no circuito sub-23, com um 27.º lugar no ‘cross country’ olímpico, que até aqui só tinha tido representantes masculinos.
A estreia motivou-a, explicou, e lança-a para cumprir os anos que faltam no último escalão antes da elite, esperando chegar já em pleno no final do próximo ciclo olímpico.
Para a frente, as duas jovens prometem continuar a trabalhar e treinar para chegarem a Paris 2024, até porque ambas são apaixonadas pela modalidade e pela competição.
“É o que eu gosto de fazer, estar aqui. Com ou sem resultados, sou viciada nisto, sinto-me bem nesta diferença de emoções que vivemos, adrenalina, nervos, ansiedade. Misto enorme de sensações que nos torna realizadas ao final do dia”, contou Maria Martins.
Antes, a participação masculina ‘rendeu’ resultados nas provas de fundo e de contrarrelógio, na estrada, com João Almeida a registar, também na estreia, os melhores lugares.
Foi 13.º na prova de fundo, após Nelson Oliveira trabalhar em prol do jovem de 23 anos, e 16.º no contrarrelógio, especialidade de Oliveira, que já tinha um diploma no Rio 2016 e desta feita foi 21.º no ‘crono’, além de 41.º no fundo.
Lusa
Imagem: © Tiago Petinga/Lusa