As chuvas fortes que caíram nos dias 24 e 25 deste mês em Maputo afetaram 3.150 pessoas, inundaram 692 casas e 120 salas de aulas, refere um balanço do município de Maputo divulgado hoje.
A avaliação indica que seis unidades de saúde, 516 campos agrícolas e 32 vias de acesso ficaram inundadas.
O impacto das intempéries obrigou à transferência de 5.913 alunos e 127 professores para escolas vizinhas que escaparam às inundações visando assegurar a realização de exames escolares, avança o balanço.
“Todos os alunos e pessoal envolvidos no trabalho de exames foram atempadamente orientados para realizarem as provas nas escolas circunvizinhas”, diz o documento.
A chuva destruiu 1.162 toneladas de culturas agrícolas, sendo necessários 12 quilos de sementes diversas para o relançamento da atividade.
No balanço dos estragos provocados pelo mau tempo, o governo da capital moçambicana avança que será necessária a remoção de infraestruturas construídas em zonas vulneráveis a inundações e a retirada de famílias.
Por outro lado, serão implementados projetos sustentáveis para o reaproveitamento de espaços cujas infraestruturas foram destruídas pela chuva.
No documento, o Conselho Municipal de Maputo assinala que o facto de a capital estar localizada junto a costa e ser atravessada pelo Vale do Rift a expõe a ventos fortes, ciclones, sismos e secas severas, causando inundações urbanas, perdas de vidas humanas, destruição de residências e infraestruturas socioeconómicas.
Na região centro de Moçambique, pelo menos nove pessoas morreram e 288.400 devido ao ciclone Eloise e cheias, indicou o mais recente balanço do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) moçambicano.
Sete óbitos aconteceram na província de Sofala, outro na Zambézia e um último em Manica, todas regiões do centro do país, adiantou o balanço.
De acordo com o INGD, operações de busca e salvamento continuam a decorrer naquelas regiões, onde a ONU estimou existirem 18 mil desalojados.
O ciclone Eloise atingiu o centro de Moçambique no sábado, depois de a tempestade Chalane ter provocado sete mortos, na mesma zona, no final de 2020.
O país está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas de dois dos maiores ciclones (Idai e Kenneth) que já se abateram sobre o país em tão poucas semanas.