Quem o conhece sabe como ele é. Quem não o conhece,  surpreende-se com a sua simplicidade. Assim é Christophe Faneca, um rapaz nascido em Versailles há 29 anos, e que reside em Mira há 27…

Sempre bem-disposto e com um sorriso jovial no rosto, Faneca é artesão quase ao acaso.

Em, 2011, estando no desemprego, que já naquela altura desanimava quem por cá anda, ele pensou em “emigrar para a sua terra natal”, e foi quando uma tia sua que lá reside – Maria Faneca – o incentivou a fazer trabalhos em madeira, que sempre foram sua paixão.

Em vez de ir embora, Faneca arregaçou as mangas e foi à luta: começou a produzir as suas peças e – com elas em baixo do braço – pôs-se a bater de porta em porta, a divulgar aos amigos, a promover a sua arte…

Hoje, três anos depois, este rapaz que gosta de tocar guitarra nos seus tempos livres para quem o convida a fazê-lo, faz workshops vocacionados para crianças e adultos, transmitindo o seu know-how, partilhando a sua experiência, e também, aprendendo com quem o ouve e com quem o incentiva, como é o caso de Nuno Pedreiro, seu “mentor” desde a primeira hora e que o levou ao “Preço Certo”, tentando ajudá-lo a abrir as difíceis portas do sucesso.

Ao conversarmos com eles, em conjunto, percebe-se logo a empatia. Nuno, já bem mais tarimbado nessas andanças, dá-lhe sempre ideias e “dicas”. Entre elas, destaca estas duas, que considera primordiais para Christophe Faneca chegar onde sonha: “humildade” e “acreditar sempre”!

Quando perguntamos a Faneca o que teria sido se as suas “madeiras” e “pinturas” (também pinta, pois claro!) não tivessem entrado na sua vida em 2011, ele diz prontamente que “apesar de todo o apoio que recebe da família, teria ido embora” para França. Aqui, fora da área dos seus sonhos, chamada “arte”, não consegue vislumbrar outra coisa que pudesse fazer para ganhar a vida.

Mas, ele cá está! Certamente, quem andar pelas festas de Mira ou da sua terra, Portomar, vai encontrar o mesmo sorriso tímido, o mesmo ar tímido e a mesma voz tímida que hoje encontramos. Tímido, sim, mas um lutador, como se define, pois ele bem sabe que a sua arte só será compreendida quando as pessoas virem o que há por trás da arte: há um misto de timidez, talento e vontade de vencer, qb!