29.10.2023 –
29 de outubro – Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC)
No âmbito do Dia Mundial do Acidente Vascular Cerebral (AVC), que se celebra anualmente a 29 de outubro, a Sociedade Portuguesa do Acidente Vascular Cerebral (SPAVC) volta a assinalar esta data, associando-se à campanha internacional da World Stroke Organization (WSO), cujo mote é “Seja Melhor Que o AVC”, incentivando os profissionais de saúde do país a realizarem ações de sensibilização de forma a aumentar o conhecimento da população sobre os fatores de risco para o AVC, sobretudo os modificáveis.
À semelhança do Dia Nacional do Doente com AVC, que se celebra todos os anos a 31 de março, o Dia Mundial do AVC é uma “oportunidade de reforçar a conscientização sobre o que é o AVC, seus sinais e sintomas, quais os seus fatores de risco, e formas de prevenção e tratamento”, explica a Dr.ª Liliana Pereira, embaixadora da SPAVC para esta data.
Sendo o AVC a principal causa de morte e incapacidade em adultos, em Portugal, a educação pública torna-se fundamental para ajudar a população a reconhecer e agir adequadamente em caso de AVC. “Datas claramente definidas permitem que haja um esforço concertado de organizações, profissionais de saúde e aliados para divulgar as mensagens-chave e aumentar o conhecimento geral da população sobre o AVC”, afirma a especialista em Neurologia.
“Uma parte significativa da prevenção do AVC está nas mãos de cada um de nós”
Este ano, a campanha da WSO para o Dia Mundial do AVC tem como objetivo aumentar o conhecimento da população sobre os fatores de risco para o AVC, nomeadamente aqueles que podem ser modificados pelas próprias pessoas ao adotarem estilos de vida saudáveis, com vista a reduzirem o seu risco individual de AVC. Este mote “faz todo o sentido para a população portuguesa, porque vários destes fatores de risco, como a hipertensão arterial, o tabagismo, a dieta pouco saudável e a falta de atividade física, são frequentes no nosso país, indicando que podemos fazer melhor na promoção de estilos de vida mais saudáveis” refere a Dr.ª Liliana Pereira. Acrescenta ainda que, “é verdade que Portugal enfrenta um envelhecimento da população, o que por si só está associado a um maior risco de AVC, e isso não pode ser mudado. Consequentemente, atuar sobre os fatores de risco que podem ser prevenidos é crucial e a ideia de que uma parte significativa da prevenção do AVC está nas mãos de cada um de nós é relevante para todos”.
“O Dia Mundial do AVC não deve ser apenas uma data no calendário, mas uma oportunidade para reflexão e mobilização. Estima-se que uma em cada quatro pessoas irá sofrer um AVC ao longo da vida. Dados recentes do estudo internacional “Global Burden of Disease” indicam que o número global de mortes por AVC isquémico subiu de 2,04 milhões em 1990 para 3,29 milhões em 2019, sendo previsto que este valor cresça para 4,90 milhões até 2030. No entanto, cerca de 90% destes episódios poderiam ser evitados com o controlo de fatores de risco vascular. Deste modo, reconhecer e controlar estes fatores de risco deve ser o primeiro passo para a prevenção deste flagelo em termos de saúde pública”, comenta a Prof.ª Diana Aguiar de Sousa, membro da Direção da SPAVC.
A sensibilização da população para as consequências do AVC, o conhecimento consistente dos principais fatores de risco modificáveis (sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial, tabagismo, fibrilhação auricular, diabetes e consumo excessivo de bebidas alcoólicas) e não modificáveis (fatores genéticos individuais, hereditariedade, idade, raça ou sexo) e os sinais de alerta (desvio da face, falta de força num braço, dificuldade em falar) são, desde sempre, uma prioridade da SPAVC. Além disso, a SPAVC considera imprescindível o reforço da mensagem de que, perante os sinais do AVC, só há uma forma correta de agir: ligar o 112, ativando a Via Verde do AVC.
Assim, várias instituições de saúde e outras organizações associam-se ao Dia Mundial do AVC e organizam ações de sensibilização dirigidas às populações locais.
A embaixadora da SPAVC para o Dia Mundial do AVC, Dr.ª Liliana Pereira, reforça ainda, como mensagem final, a importância de cada português conhecer o seu risco vascular, recomendando para tal a aplicação móvel Stroke Riskometer, e adotar estilos de vida saudáveis através de uma dieta variada e equilibrada e da prática de exercício físico regular de intensidade moderada.
Imagem: Hospital Brasília