O casal encontrado a ter relações sexuais num elevador da Câmara de Braga já tinha sido avisado por colegas para que fosse “mais discreto e contido nas manifestações de carinho” que trocavam durante o horário de trabalho. Os serviços da Autarquia vão avançar com um inquérito, que poderá servir de base a um processo disciplinar aos dois funcionários que trabalham em serviços diferentes no convento do Pópulo.

Firmino Marques, vice-presidente da Câmara, explicou a possibilidade de ninguém, oficialmente, denunciar os colegas por receio de um processo por difamação. Além disso, os funcionários em causa terão “influência e poder”, fazendo com que alguns possam ter medo de “represálias”.

O par foi encontrado por colegas num dos elevadores do edifício do antigo convento do Pópulo. Nesse edifício funcionam todos os serviços da Autarquia menos a presidência. Depois de obras de restauro e ampliação, o espaço ficou com dois elevadores: um para todos os funcionários e outro que funciona com uma chave e que é de uso exclusivo do vereador do Urbanismo e alguns funcionários devidamente autorizados. Terá sido neste elevador que o casal foi encontrado.

“Pessoalmente, nada me foi comunicado”, disse Firmino Marques que, mesmo assim, vai avançar com um inquérito para apurar o que se terá passado. “A Câmara é um espaço público e, no mínimo, terá sido atentado ao pudor durante o horário de trabalho”, afirmou. “Quem participa o caso pode incorrer num processo de difamação”, atalhou o vice-presidente.

Ontem, entre os funcionários o ambiente era de insatisfação. “Por causa de duas pessoas, estamos todos em causa”, salientou uma trabalhadora. “Há quem não tenha a noção do ridículo”, finalizou.

Jornal de Noticias