Notáveis do Sporting pedem aos jogadores para não rescindirem os contratos por justa causa. “Não virem as costas ao nosso clube”, escrevem numa carta aberta sem referências a Bruno de Carvalho.
“Não virem as costas ao nosso clube”. É este o apelo, quase dramático, de um 32 associados do Sporting, numa carta aberta dirigida aos jogadores, e sem nunca referir, uma única vez, o nome do presidente Bruno de Carvalho, antecipam uma chuva de pedidos de rescisão por justa causa que, a confirmar-se, poderá pôr em causa a própria viabilidade da SAD do clube. Na carta, a que o ECO teve acesso e que tem 32 assinaturas, os jogadores são convidados a fazer “um pacto de sangue verde e branco” já a partir de segunda-feira.
Estes notáveis, entre os quais estão nomes como os de Pires de Lima, Jorge Coelho, Pedro Santana Lopes, Diogo Lacerda Machado e Filipe Botton, começam por salientar a “total solidariedade pela situação vivida e que se está a viver, não só enquanto atletas profissionais, mas também enquanto homens, filhos ou pais de família”, na sequência da invasão da Academia de Alcochete e das agressões de que foram albo os jogadores e o treinador Jorge Jesus. Mas esta carta aberta, divulgada depois de mais uma conferência de Imprensa de Bruno de Carvalho, este sábado, em que responsabiliza os jogadores pelo que sucedeu, tem um objetivo claro: Evitar os previsíveis pedidos de rescisão por justa causa dos principais jogadores do clubes.
Nos últimos dias, sucederam-se as notícias sobre a possibilidade de os jogadores mais relevantes do plantel, como Bruno Fernandes, Bas Dost, Rui Patrício, William carvalho ou Gelson Martins, avançarem para pedidos de resolução do contrato laboral por justa causa. Aliás, como o ECO noticiou, a própria administração da Sociedade Anónima Desportiva (SAD) do Sporting já antecipa pedidos de rescisão contratual por justa causa de jogadores nos próximos dias por causa da violência na Academia de Alcochete. “Se este horrível acontecimento for motivo para rescisão por justa causa, o paradigma do mercado futebolístico, tal e qual o conhecemos hoje, ficaria posto em causa”, afirmou, em tom de aviso, o administrador com o pelouro financeiro, Carlos Vieira, na mesma conferência em que Bruno de Cavalho garantiu que não se demitiria.
“Há um dia seguinte e há um caminho”, escrevem os subscritores desta carta. Sem nunca se referirem ao jogo da final da Taça de Portugal, olham já para o dia seguinte, e para o que pode vir a suceder. “Há um dia seguinte e há um caminho. Porque há gente com o ‘Sporting no sangue’”, que como nós, são sócios adeptos e simpatizantes espalhados pelo mundo, dos mais humildes aos mais bem posicionados na sociedade nos seus diversos setores”. Mais à frente, acrescentam: “A nossa história precisa e merece o vosso contributo e responsabilidade. Dentro, mas também fora das quatro linhas (…) Não virem as costas ao nosso Clube. Demonstrem uma vez mais que têm o “Sporting no sangue” (…) e assumam connosco, já a partir de segunda-feira, um pacto de sangue, verde de esperança”.
Quem assina esta carta aberta?
- António Esteves
- António Pires de Lima
- Bernardo Trindade
- Carlos Barbosa da Cruz
- Carmona Rodrigues
- Diogo Lacerda Machado
- Fernando Faria de Oliveira
- Filipe de Botton
- Filipe Soares Franco
- Francisco Calheiros
- Francisco Soares dos Santos
- Gonçalo de Sampaio
- João Viegas Soares
- João Marques Cruz
- João Xara-Brasil
- Jorge Coelho
- José Vera Jardim
- Luís Cortes Martins
- Luís Marques
- Luís Palha da Silva
- Marco Lebre
- Mário David
- Mário Patrício
- Miguel Frasquilho
- Miguel Salema Garção
- Nicolau Santos
- Nuno Fernandes Thomaz
- Paulo Núncio
- Paulo Portas
- Pedro Baltazar
- Pedro Santana Lopes
- Tomás Froes
ECO