21.3.2024 –
A Casa do FC Porto da cidade marialvina foi pequena para tantas pessoas que queriam conhecer as linhas mestras do projeto daquele que quer substituir Pinto da Costa. Nem o facto de ser o Dia do Pai, impediu o sucesso do encontro daquele quer ser o novo homem do leme com a nação portista…
Sorridente, bem disposto e sempre pronto a responder as questões que lhe eram endereçadas, André Villa-Boas, que veio acompanhado José Pedro da Costa, aquele em quem o candidato irá confiar as finanças do clube caso venha a ser eleito, foi durante sensivelmente duas horas, o centro das atenções, como era inevitável.
Sentindo-se “honrado” por ter à sua frente uma casa cheia de pessoas ávidas por mudanças na estrutura do clube nortenho, André Villas-Boas assumiu que, na sua opinião, “esta é uma fase muito sensível a nível financeiro e o clube encontra-se em necessidade premente de mudanças” no paradigma daquele que é o clube do seu coração.
Garantindo querer honrar o legado de Pinto da Costa, o candidato não deixou, porém de criticar aquilo que considera uma administração desastrosa em muitos níveis, durante o atual mandato do Presidente mais titulado de clubes em todo o mundo.
Somos um clube de associados e não de um dono” enfatizou, garantindo que através da sua candidatura é proposto “um novo olhar para o Dragão” porque “paramos no tempo e o clube está refém de uma situação de total descontrolo a nível financeiro que se reflete em todas as áreas”.
Seu homem forte para a área finaceira, José Pedro da Costa traçou um quadro preocupante para todos os que ouviam com atenção o seu discurso. “Existe uma dívida superior a meio milhão de euros e o passivo tem vindo a aumentar de forma preocupante nos últimos anos” disse para, de seguida, exemplificar: “Nas últimas seis épocas e meia, o FCP gerou vendas no valor de quinhentos milhões de euros para, depois de deduzido todos os custos, ficar com… 10% desse valor, cerca de cinquenta milhões de euros. Isso é inadmissível” assumiu.
Quando questionado se aceitaria um debate televisivo com Jorge Nuno Pinto da Costa, Villas-Boas respondeu com todas as letras que “se fosse um debate sobre as propostas que cada uma das candidaturas apresenta, claro que sim. Porém, se fosse para “lavar roupa suja”, aí, não contem comigo!”
No encerramento do debate, Alípio Barbosa, Presidente da Assembleia Geral da Casa entregou ao candidato uma garrafa de um Marquês de Marialva de excelente safra que, em tom de brincadeira, sentiu-se obrigado a pedir desculpas “pela cor da caixa” que era… vermelha. A gargalhada aconteceu e o evento terminou como começou: num ambiente tranquilo, no qual todos os presentes se reviram e assumiram como “um desejado “novo futuro” para clube dos nossos corações!”
Conheça os pilares da candidatura de André Villas-Boas à Presidência do Futebol Clube do Porto:
- Deseja uma passagem “o mais suave possível” no Futebol;
- Quer uma Direção Desportiva forte, com o scouting, bem como a formação a serem capazes “de potenciarem os jovens jogadores, embora saibamos que os “tubarões europeus” tem esses rapazes debaixo do olho de forma permanente!”;
- Efetuar uma nova Gestão do Controlo dos Recursos, evitando-se “perdas inadmissíveis”;
- Lançar a Fundação FCP e, através dela, “chegar mais perto dos associados”;
- Continuar a apoiar as modalidades;
- Arrancar para o Futsal;
- Criar o Futebol Feminino;
- Com maior e melhor controlo de custos e uma verdadeira parceria com investidores financeiros e banca, conseguir investir com “clareza no futebol, sem deixarmos que os negócios se façam como hoje é feito”;
- Trabalhar com todos os empresários mas, “sempre atentos e vigilantes nos interesses do nosso clube”;
- Recuperar o clube, a começar pelas finanças, sem “nunca esquecer a essência e a mística do nosso Porto!”
Jornal Mira Online