Gouveia e Melo admite que durante o processo de vacinação “tentou despolitizar a figura de coordenador da task force”.
O bom desempenho da task force de vacinação em Portugal deu protagonismo a Henrique Gouveia e Melo, antigo coordenador do processo de vacinação, mas também capital político. O vice-almirante fechou sempre a porta a uma possível candidatura a Presidente da República, mas agora já admite que “não se deve dizer que dessa água não beberei” e o “futuro a Deus pertence”.
Numa tertúlia promovida pelo Diário de Notícias (DN), que completa 157 anos, Gouveia e Melo foi questionado sobre uma possível candidatura a Belém, e explicou que durante o processo de vacinação “tentou despolitizar a figura de coordenador da task force, porque achava que era o mais importante para não envolver a task force numa guerra política”.
Gouveia e Melo acrescenta que as declarações que fez, durante o processo, “foram para afastar essa hipótese”. “Não sou um ator político. Neste momento, sou um ator com uma missão e a única coisa em que tenho de estar focado é nessa missão, e não no futuro”, sublinhou.
Ainda assim, sobre o futuro, admite que “ainda não se realizou e, até lá, muita coisa pode acontecer”.
“Têm-me aconselhado a dizer que dessa água não beberei, que é uma frase muito forte. Não se deve dizer nunca “dessa água não beberei””, atirou.
Questionado sobre a forma como lidou com os políticos ao longo do processo de vacinação, Henrique Gouveia e Melo garante que “os políticos não foram difíceis de convencer”, e confessa que “teve todo o apoio político”.
“É evidente que sem o apoio político não teria conseguido fazer o processo. Tive o apoio da estrutura política do Governo”, assume.
A tertúlia para comemorar os 157 anos do DN contou ainda com os discursos do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, e do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
Francisco Nascimento / TSF