Câmara de Viseu manda limpar IP5 e remete fatura à Infraestruturas de Portugal

O presidente da Câmara Municipal de Viseu disse hoje à agência Lusa que “nos próximos dias” vai mandar limpar as entradas da cidade junto ao IP5 e à EN229, “já que as Infraestruturas de Portugal ainda não o fizeram”.

Há duas semanas, o presidente da Câmara de Viseu tinha considerado “caricato” a GNR de Viseu ter multado as Infraestruturas de Portugal por ainda não ter feito limpeza do mato junto ao IP3.

Disse que a empresa “devia dar o exemplo” e sublinhou que, caso esta não o faça no prazo de 15 dias, a autarquia iria substituir-se na operação.

“Em relação à Estrada Nacional (EN) 229, a ligação Viseu/Sátão, não se nota nenhuma movimentação e até agora as Infraestruturas de Portugal não nos notificaram de nada. Até hoje de manhã [quinta-feira] e em relação às entradas de Viseu pelo IP5 a mesma coisa. Portanto, vou dar prioridade às entradas, já dei instruções aqui (…) e obviamente que depois iremos imputar estes custos às Infraestruturas de Portugal”, anunciou à agência Lusa António Almeida Henriques.

Questionado sobre o IP3, o autarca disse que, “felizmente, as Infraestruturas de Portugal trazem as equipas a fazer a limpeza da via”, portanto, quanto à entrada principal do sul da cidade, que liga Viseu a Coimbra, a câmara “está tranquila”.

Almeida Henriques avisou que estão “a preparar” o início das limpezas e, por isso, conta que “comecem nos próximos dias, até porque há um procedimento burocrático de notificar as Infraestruturas de Portugal”.

“Temos que lhes dizer que não tendo obtido qualquer resposta vamos avançar aqui e acolá, com prioridade nas entradas de Viseu e, na estrada do Sátão. Basicamente, vamos fazer a limpeza das três rotundas e depois num ou outro sítio cirúrgico, porque face a tudo o que estamos a fazer também não temos capacidade para uma limpeza a eito, mas vamos fazer aquilo que está ao nosso alcance”, assumiu.

No terreno, continuou o autarca, estará a equipa de sapadores dos Bombeiros Municipais de Viseu “a tempo inteiro” e “uma das equipas da CIM [Comunidade Intermunicipal]”, assim como “algum serviço contratado” e “equipamento que a câmara adquiriu para as juntas de freguesia que também está a ser colocado ao serviço da própria limpeza das florestas”.

“Não é tanto como nós gostaríamos, estamos aqui com alguma limitação, temos muito trabalho adjudicado, mas não tanto como aquilo que gostaríamos. Estamos a dar prioridade àquilo que é prioritário: faixas de segurança, à volta dos parques empresariais e cinturas à volta das aldeias”, revelou o autarca.

António Almeida Henriques não escondeu o “desejo de que as Infraestruturas de Portugal cumpram com as suas obrigações”, porque defendeu que “o Estado tem de dar o exemplo” e, nesse sentido, saudou a limpeza que “está a ser feita no IP3”, mas lamentou a “ausência de resposta em relação ao IP5 e à EN229”.

Lusa