Cabeceiras de Basto recua e quatro concelhos acompanham desconfinamento nacional

O Governo anunciou esta quinta-feira que a grande maioria do país está agora na mesma fase de desconfinamento que arrancou no dia 1 de maio. Em Odemira, mantém-se as cercas sanitárias em São Teotónio e Longueira/Almograve.

Na primeira avaliação semanal desde que o país entrou na quarta (e última) fase de desconfinamento, a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, anunciou que cinco concelhos mantêm-se em fases anteriores do desconfinamento, ao passo que quatro concelhos avançam no desconfinamento e passam a acompanhar o resto do país.

Aljezur, Portimão, Miranda do Douro e Valongo desceram abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes e vão desconfinar com o resto do país. Carregal do Sal, Paredes e Resende ficam na fase de desconfinamento em que estão (Paredes na terceira fase, Resende na segunda e Carregal do Sal ainda na primeira).

Já as duas freguesias do concelho de Odemira que estão sob cerca sanitária mantém-se afetados por essa medida.

Relativamente aos concelhos que se situam em risco de voltar atrás no desconfinamento, há 23 concelhos em alerta, 17 dos quais já estavam em alerta há uma semana e seis passam também à situação de alerta.

Mariana Vieira da Silva informou que há nove concelhos a sair dessa situação de alerta, o que, diz, “simboliza a situação de melhoria geral que temos no país”.

Na quinta-feira passada, o primeiro-ministro António Costa anunciou que o Governo passaria a avaliar a incidência dos concelhos semanalmente, afirmando que “é preciso agir o mais rapidamente possível quando estamos em situações de rápido crescimento, de forma a evitar que o crescimento seja excessivo”.

Uma das medidas que causou maior impacto foi a decisão de criar uma cerca sanitária em duas freguesias do concelho de Odemira (São Teotónio e Longueira/Almograve), devido aos surtos entre trabalhadores imigrantes no setor agrícola. A medida motivou um avolumar da discussão em torno das condições extremamente precárias em que vivem os trabalhadores, muitas vezes em habitações sobrelotadas.

Essa cerca sanitária vai manter-se pelo menos durante mais uma semana, altura em que o Governo apresentará uma nova avaliação sobre a incidência nos concelhos. Esta quinta-feira, o ministro da Administração Interna considerou que “a cerca sanitária está a produzir efeitos, porque desde a última semana Odemira tem muito menos de 50% dos casos de infeção do que tinha no dia em que a cerca foi instaurada”.

Pelos dados do boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS) de 30 de abril, relativamente à incidência por concelho, 12 concelhos passaram a estar em risco de voltar atrás no desconfinamento por terem uma incidência superior a 120 casos por 100 mil habitantes, mas 14 passaram para baixo da linha vermelha traçada pelo Governo.

Até ao anúncio do Governo, a última avaliação fora feita na semana passada. Nesse anúncio, o Governo deixou de fora sete concelhos da última fase de desconfinamento – Miranda do Douro, Paredes e Valongo ficaram na terceira fase, Aljezur e Resende recuaram da terceira para a segunda e Portimão e Carregal do Sal mantiveram-se na primeira fase de desconfinamento.

Quem recuou?

  • Cabeceira de Bastos

Quem não avança?

  • Carregal do Sal
  • Odemira (duas freguesias)
  • Paredes
  • Resende

Quem avança?

  • Aljezur
  • Portimão
  • Miranda do Douro
  • Valongo

No entanto, existem concelhos que estão em alerta e que podem ver a sua situação alterada na próxima semana. São eles:

  • Alpiarça
  • Alvaiázere
  • Arganil
  • Beja
  • Castelo de Paiva
  • Coruche
  • Fafe
  • Figueiró dos Vinhos
  • Fornos de Algodres
  • Golegã
  • Lagos
  • Lamego
  • Melgaço
  • Oliveira do Hospital
  • Paços de Ferreira
  • Penafiel
  • Peniche
  • Ponte da Barca
  • Ponte de Lima
  • Santa Comba Dão
  • Tábua
  • Vale de Cambra
  • Vidigueira

Deixam de estar em estado de alerta por terem reduzido a incidência de covid-19 abaixo dos 120 casos por 100 mil habitantes os municípios de Alijó, Batalha, Boticas, Celorico de Basto, Cinfães, Peso da Régua, Póvoa de Lanhoso, Tabuaço e Vila Real de Santo António.

Hélio Carvalho / RR / Lusa / Madremedia