Bruno de Carvalho pondera abandonar a presidência do Sporting

Bruno de Carvalho diz que quer “acabar com o Conselho Leonino, ponto”. Mas após contestação à medida, afirmou que amanhã decide se se demite ou não e abandonou a Assembleia Geral do Sporting.

A polémica estalou durante a Assembleia Geral do Sporting. Bruno de Carvalho diz que irá reunir com o Conselho Diretivo na segunda-feira para ponderar se ele, ou o órgão em bloco, se demitem, após a contestação dos sócios às alterações estatutárias que pretende promover.

O jornal Record divulgou imagens recolhidas na Assembleia-Geral dos ‘leões’, nas quais o presidente do Sporting surge a afirmar que a extinção do Conselho Leonino (CL), que é uma das alterações estatutárias que pretende introduzir, fazia parte do programa que apresentou aos sócios e que foi votado por 90 por cento dos sócios na mais concorrida eleição da história do clube.

“Então, mas as pessoas… Foram as eleições mais votadas da história do clube, aprovaram o que estava no programa, que era acabar com o CL, ponto! Qual é a celeuma?! Leram o programa ou não leram o programa?! Era por eu ser bonito? Votaram em mim por ser bonito? É do programa, meus amigos. Está lá!”, disse em tom mais exaltado.

A seguir, o presidente do Sporting virou-se para os sócios presentes, entre alguns assobios e vaias, e afirmou ter-se chegado a um ponto em que tem de haver coerência: “Segunda-feira, não precisam de ter mais discussões, está deliberado, o Conselho Diretivo vai reunir-se para decidir se se demite ou não!”

Bruno de Carvalho abandonou Assembleia-Geral, com ordem de trabalhos em suspenso

O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, abandonou a Assembleia-Geral do clube e ficaram por aprovar as alterações aos estatutos do clube e regulamento disciplinar.

Os pontos seis (alteração dos estatutos do clube) e sete (regulamento disciplinar) eram, à partida, os mais controversos da Assembleia-Geral, realizada em Alvalade, e que, face à acesa contestação de alguns sócios, motivaram a suspensão da reunião magna do clube e o abandono do dirigente máximo leonino.

Ainda em plena assembleia, Bruno de Carvalho manifestou a sua posição, deixando o pavilhão multidesportivo logo de seguida, acompanhado por mais elementos do Conselho Diretivo.

Abandono? Não, responde Jaime Marta Soares. Para o presidente da mesa da Assembleia Geral do Sporting, “abandonou é um termo muito forte”. Segundo Jaime Marta Soares, o mais correcto é dizer que Bruno de Carvalho “saiu naturalmente da sala”.

“Acho que esta foi uma das assembleias mais concorridas de sempre da era Bruno de Carvalho. Estiveram presentes cerca de 800 associados, os quais, depois de tudo somado, corresponderam a cerca de cinco mil votos. Dos oito pontos em discussão, seis foram aprovados, ficando só dois por aprovar”, referiu Jaime Marta Soares.

O presidente da mesa da AG leonina adiantou que “faltou um pouco de calma para se discutir os pontos mais controversos. E dessa falta de calma resultou uma discussão mais acalorada, mas sem se ultrapassarem os limites do bom senso”, salientou.

E Marta Soares prosseguiu: “Houve muito calor. Numa alteração estatutária, vem sempre ao de cima o calor. Talvez aí tivesse faltado a serenidade que se impunha e o respeito suficiente para que tivéssemos levado a bom porto esta assembleia geral”.

Face à suspensão desta reunião magna do clube, terá de ser convocada nova AG para se discutirem os dois pontos da ordem de trabalho que ficaram por votar.

“A Assembleia-Geral terá de ser retomada e acabaremos por concretizar a reforma estatutária que se impõe. E foi essa falta de calma que impediu que terminássemos a votação sobre esses dois pontos”, disse ainda o presidente da assembleia geral.

“O que aqui hoje pudemos constatar é que foi respeitado religiosamente o que era a vontade dos sócios. Ficaria triste se algum dos sócios que estiveram presentes viesse cá fora dizer que tinha sido impedido de manifestar a sua opinião”.

Jaime Marta Soares considerou que o termo abandono é muito forte para classificar a saída abrupta de Bruno de Carvalho. “Eu só não saí da Assembleia-Geral porque o presidente deste organismo tem sempre de ficar até ao fim e é o último a abandonar o barco”, concluiu.

Um dos principais focos de contestação a Bruno Carvalho é a questão do papel do Conselho Leonino no seio do Sporting, um órgão que tem apenas um papel consultivo, mas que o presidente leonino pretende reformular ou mesmo extinguir, segundo frisaram alguns associados sportinguistas após a conclusão desta polémica assembleia geral.

Fonte: TSF/Lusa