O Governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, perdeu hoje a maioria parlamentar, depois de um deputado conservador deixar oficialmente o partido trocando-o pelos Liberais Democratas.
“Este Governo conservador está a procurar agressivamente um ‘Brexit’ prejudicial e de uma forma sem princípios. Está a colocar vidas e meios de subsistência em risco desnecessariamente e está a colocar em risco a integridade do Reino Unido. De forma mais generalizada, está a prejudicar a economia, a democracia e o papel do nosso país no mundo, usando manipulação política, intimidação e mentiras”, acusou o deputado Philip Lee.
Os Liberais Democratas estão a “construir a força política unificadora e inspiradora necessária para curar as nossas divisões, estimular os nossos talentos, preparar-nos para aproveitar as oportunidades e superar as dificuldades, desafios que enfrentamos como sociedade – e deixar o nosso país e mundo em melhor condições para as próximas gerações”, sustentou.
Boris Johnson passa a ter um Governo minoritário, com apenas 319 assentos, se forem somados os 309 deputados do partido Conservador e os 10 dos aliados do Partido Democrata Unionista (DUP).
“Na oposição estão os 245 deputados do partido Trabalhista, 35 do partido Nacionalista Escocês (SNP), 13 Liberais Democratas, cinco do Grupo Independente para a Mudança, quatro do partido nacionalista galês Plaid Cymru e um do partido Verde.
Para estas contas não contam o presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, que é por inerência neutro, e a vice-presidente Eleanor Laing, que são conservadores e não votam, tal como as duas vice-presidentes trabalhistas da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle e Rosie Winterton”.
A “deserção” de Philip Lee coincide com a entrada em funções de Jane Dodds, que foi eleita em agosto em Brecon and Radnorshire pelos Liberais Democratas, “roubando” o lugar ao conservador Chris Davies.
Acontece também no mesmo dia em que um grupo de deputados de diferentes partidos, incluindo conservadores, vai pedir um debate de emergência na Câmara dos Comuns para introduzir um projeto de lei que pretende descartar um ‘Brexit’ sem acordo a 31 de outubro.
O Governo terá ameaçado deputados “rebeldes” com a expulsão do partido e o impedimento de se recandidatarem nas próximas eleições legislativas.
Lusa