Brasil regista um défice público de 65,5 mil milhões de euros no primeiro semestre

O Brasil registou no primeiro semestre do ano um défice público de 402,7 mil milhões de reais (65,5 mil milhões de euros), valor que não inclui gastos com juros das dívidas interna e externa, segundo informações divulgadas hoje pelo Banco Central brasileiro.

No mesmo período do ano passado, o défice primário do país somava 5,7 mil milhões de reais (930 milhões de euros).

O saldo negativo do setor público inclui o desemprenho das contas do Governo central, governos regionais, governos municipais e das empresas estatais.

O mau desemprenho das contas públicas do maior país da América do Sul foi provocado pela crise económica que acompanha a pandemia de covid-19. A doença foi detetada pela primeira vez no Brasil em fevereiro, já provocou mais de 90 mil mortos e mais de 2,5 milhões de infetados.

No acumulado em 12 meses, o resultado das contas públicas brasileiras chegou a 458,8 mil milhões de reais (74,6 mil milhões de euros), valor que representa 6,38% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Os dados indicam que tanto o resultado primário das contas públicas de janeiro a junho, quanto o saldo acumulado em doze meses até junho foram os piores já registados na série histórica do Banco Central, iniciada em dezembro de 2001.

Já o resultado nominal do setor público consolidado brasileiro, que soma ao resultado primário os juros apropriados, foi deficitário em 210,2 mil milhões de reais (34,2 mil milhões de euros) em junho, segundo o órgão emissor.

No acumulado em 12 meses, o défice nominal brasileiro alcançou 818,6 mil milhões de reais (133,1 mil milhões de euros), o que representa 11,38% do PIB do país.

O Banco Central informou que a dívida pública bruta do Brasil, que compreende o Governo Federal, o sistema de pagamento de pensões por reforma e os governos estaduais e municipais, era de 6,1 biliões de reais (um bilião de euros) em junho, equivalente a 85,5% do PIB do país.

Lusa