Há 41 dias que no Brasil morrem, em média, mais de 1000 pessoas por dia, vítimas de Covid-19. De acordo com os dados divulgados na terça-feira, em 24 horas tinham-se registado 1726 óbitos mais do que os somados nos EUA, no mesmo período, 1567, o país a nível mundial, mais tocado pela pandemia.
São Paulo é o estado brasileiro mais afetado – registaram-se 468 mortes e 10.168 novos casos da doença – e é aquele onde há um maior número de internamentos nas Unidades de Cuidados Intensivos.
Este é o pior momento, em termos de pandemia, vivido até aqui no Brasil. A juntar ao número impressionante de mortos há um também exponencial de casos, mais de 58 mil novas infeções, em 24 horas, e a saturação dos hospitais. São vários os estados em que as UCI’s estão em situação crítica com uma taxa de ocupação que vai dos mais de 70 aos mais de 100 por cento, como é caso de Porto Alegre.
Na cidade do Rio de Janeiro os hospitais estão também em colapso. Na terça-feira, as UCI’s estavam a 89 por cento da sua capacidade, mas no estado, em geral, a situação não é tão grave como em muitos outros. O relatório mais recente, de terça-feira, dava conta de 83 mortes e 1825 novas infeções. Números bem díspares dos que se atingiram em São Paulo. Uma situação atípica já que aqui não há restrições às atividades não essenciais. Os cariocas passeiam-se no paredão, alguns sem máscara, e fazem praia – sem proteção facial também, na maioria dos casos – porque o tempo convida a isso.
O Brasil, o terceiro país do mundo mais afetado pelo novo coronavírus, está agora a apostar na vacinação que começou em São Paulo e não sem polémica. De acordo com dados oficiais mais de sete milhões de brasileiros já receberam a primeira dose de uma das vacinas contra a Covid-19 o que representa pouco mais de três por cento da população. Cerca de um por cento recebeu as duas.
Uma luta contra o tempo e contra uma variante do vírus, detetada no estado do Amazonas, e que, dizem os cientistas, é provavelmente mais transmissível, ataca fortemente o sistema imunitário e, acredita-se, é mais patogénica. São pelo menos essas as conclusões preliminares de um estudo feito com a participação de investigadores da Universidade de Oxford.
Nara Madeira / Euronews com AFP, AP, EVN