O número de desempregados durante a pandemia de covid-19 no Brasil alcançou um recorde na penúltima semana de setembro, com 14 milhões de pessoas sem trabalho, informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em cinco meses, entre o início de maio e o final de setembro, o desemprego no país sul-americano cresceu 43%, correspondendo a mais de 4,1 milhões de brasileiros a entrarem para as estatísticas, segundo o levantamento do IBGE.
Assim, a taxa de desemprego passou de 10,5% para 14,4% nesses cinco meses de pandemia no Brasil, o país lusófono mais afetado pela covid-19 e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de mortos (mais de 5,1 milhões de casos e 152.460 óbitos), depois dos Estados Unidos.
O Instituto revelou ainda que a região do nordeste, uma das mais pobres do país, foi onde o desemprego mais cresceu. Contudo, o sudeste, região mais populosa, concentra cerca de 45% dos desempregados do país, a maior percentagem do Brasil.
As informações fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) covid-19, realizada pelo IBGE e com apoio do Ministério da Saúde, que estimou ainda que a população empregada no país até 26 de setembro rondava os 83 milhões.
“Embora as informações sobre a desocupação tenham ficado estáveis na comparação semanal, elas sugerem que mais pessoas estejam a pressionar o mercado em busca de trabalho, no meio da flexibilização das medidas de distanciamento social e da retomada das atividades económicas”, disse a coordenadora da investigação, Maria Lucia Vieira.
Cerca de 2,7 milhões de brasileiros (ou 3,3% da população empregada) estavam afastados do trabalho devido a medidas de isolamento social no final do mês passado.