Depois de queimar o rosto ao combater as chamas, Patrick Hardison, bombeiro do Mississipi, EUA, recebeu o maior transplante de cara alguma vez feito.
Passou por 70 intervenções até à última cirurgia, que durou cerca de 26 horas. Depois de 96 dias, a equipa média do New York University Langone Medical Center faz um balanço positivo da operação. Apesar de estar a reagir bem, Patrick Hardison, de 41 anos, vai ser submetido a medicação para o resto da vida, de forma a evitar que o seu organismo rejeite o transplante.
Na sequência de um incêndio em 2001, em que ficou com queimaduras de terceiro grau na cara e no couro cabeludo, Hardison teve de esperar até encontrar um dador compatível com o seu sangue, pele e cabelo.
Em bloco operatório, o bombeiro recebeu um novo rosto, couro cabeludo, orelhas, lábios, nariz e pálpebras. Patrick e a família agradecem assim a David Rodebaugh, o dador de 26 anos, que morreu num acidente de bicicleta. “Deram-me uma nova vida”, confessou Patrick à BBC, sobre a família do dador, que autorizou o transplante.
O bombeiro, pai de cinco filhos, é agora capaz de pestanejar e de dormir com os olhos fechados, o que o ajuda a evitar a cegueira que, segundo o médico Eduardo Rodriguez, estava próxima.
O médico que conduziu o transplante de Hardison acrescentou que “nunca antes se tinha transplantado tanta pele”.
Para tornar possível a cirurgia, foi necessário o trabalho de 150 pessoas, divididas em duas equipas. Uma encarregue do dador e outra do recetor, que treinaram durante um ano. Os custos de toda a operação rondaram um milhão de dólares e foram cobertos pelo hospital.
O primeiro transplante parcial de cara foi feito em 2005, e desde essa data mais de 20 pessoas receberam transplantes parciais ou totais do rosto.
Fonte JN