Embora só tenha criado esta nova conta no Telegram na última sexta-feira, na noite de terça-feira já contava com 98,5 mil seguidores, face aos 6,6 milhões de utilizadores que o seguem no Twitter.
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, convidou na terça-feira os seus seguidores a acompanhá-lo na sua nova conta na rede social Telegram, num movimento após o Twitter suspender a conta do mandatário cessante norte-americano, Donald Trump.
“Inscreva-se no meu canal oficial no Telegram”, pediu o líder da extrema-direita brasileira, numa mensagem publicada na terça-feira na sua conta no Twitter, juntamente com uma hiperligação que permite o acesso direto ao “Canal Oficial do Presidente da República do Brasil” no Telegram.
Bolsonaro tinha uma conta ativa do Telegram que utilizava desde 2017, antes de assumir a Presidência em janeiro de 2019, mas deixou de utilizá-la esta semana, quando criou uma nova conta nesta plataforma.
Embora só tenha criado esta nova conta no Telegram na última sexta-feira, na noite de terça-feira já contava com 98,5 mil seguidores, face aos 6,6 milhões de utilizadores que o seguem no Twitter.
Bolsonaro é um defensor da comunicação direta com os cidadãos através das redes sociais, o que o ajudou a ser eleito Presidente em outubro de 2018.
A decisão do chefe de Estado, de promover a sua conta no Telegram, surge após o veto do Twitter, Facebook e Instagram às publicações de Trump, de quem Bolsonaro é um confesso admirador e que foi acusado de usar as redes sociais para estimular a violência e de ter promovido o assalto ao Capitólio dos Estados Unidos.
O movimento de Bolsonaro também ocorreu no momento em que a plataforma de mensagens WhatsApp vem recebendo críticas devido à sua nova política de privacidade que permite que os dados dos seus utilizadores sejam utilizados comercialmente pelo Facebook, o seu controlador.
A decisão provocou uma transferência de internautas do WhatsApp para o Telegram que permitiu que a plataforma russa ganhasse 25 milhões de novas contas nos últimos quatro dias e ultrapassasse a marca dos 500 milhões de utilizadores.
Além do Telegram, também a aplicação de mensagens Signal tem sido muito procurada, tendo já sido recomendado pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) Edward Snowden e pelo empresário Elon Musk.
A decisão de Bolsonaro de promover a sua conta no Telegram também surgiu depois de diferentes servidores decidirem suspender o serviço da Parler, uma rede social que era usada por grupos ultraconservadores em todo o mundo, principalmente por seguidores de Trump.
No último sábado, Bolsonaro chegou a apelar aos seus seguidores no Instagram que abrissem contas no Parler, antes que esta plataforma fosse bloqueada.
Lusa