Bloquistas têm esperança de que o governo de Pedro Sánchez mostre abertura para o diálogo sobre a independência.
O Bloco de Esquerda vai participar, esta terça-feira, em várias iniciativas na cidade de Barcelona, relacionadas com o Dia da Catalunha. Os movimentos separatistas catalães querem reunir um milhão de pessoas em Barcelona para mostrarem que o objetivo de independência desta região espanhola está mais vivo do que nunca.
Praticamente um ano depois do referendo sobre a independência da região autónoma, a deputada bloquista Isabel Pires sublinha que a celebração deste dia tem, nesta altura, uma importância particular. “Houve a repressão que todos vimos” após o referendo de 1 de outubro de 2017, que foi seguido de “prisões, exílios e de um processo político que ainda está em curso”, recorda a deputada.
“Neste momento, achamos que é importante reforçar a solidariedade (com o povo da Catalunha) de uma maneira mais ativa, por isso é que escolhemos estar presentes”, justifica Isabel Pires
A deputada considera que é preciso combater aquilo que diz ser a repressão do governo espanhol e alimenta a esperança de que o mandato de Pedro Sánchez, o primeiro-ministro espanhol, seja menos repressivo do que era Mariano Rajoy. “Aparentemente existe uma abertura por parte do novo Governo espanhol para ter uma posição diferente da do Partido Popular (PP) e de Rajoy na questão catalã”, explica a deputada.
“Temos esperança que, de facto, possa existir uma abertura para, pelo menos, retirar todo o cariz mais repressivo, que existiu de uma maneira muito forte por parte do PP e que possa terminar essa fase, para se entrar numa outra onde possa existir abertura para diálogo”, espera Isabel Pires.
Celebra-se esta terça-feira, pela primeira vez depois do referendo sobre a independência, o Dia da Catalunha.
Carles Puigdemont, o antigo líder independentista da Catalunha, continua exilado na Bélgica. Este domingo, o novo líder do governo da região autónoma, Quim Torra, voltou a propor um novo referendo sobre a temática da independência.
Gonçalo Teles / TSF