Membro do Júri da 1.ª Bienal de Arte da Expofacic, Chuva Vasco considera que a iniciativa da Comissão Executiva reforça o painel cultural do Certame de Cantanhede indo de encontro à excelência programática que tem sido apanágio da organização.
Natural da Figueira da Foz, Chuva Vasco é doutorado em teoria de arte pela Universidade de Aveiro, licenciado em Pintura pela Escola Universitária de Artes de Coimbra (EUAC).
Possui o curso de “Gestão das Artes” atribuído pelo Instituto Técnico Artístico e Profissional de Coimbra (ITAP) e prepara atualmente pós-doutoramento em arte e tecnologia, sendo investigador integrado do Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura (ID+, Aveiro), professor auxiliar convidado no Departamento de Educação da Universidade de Aveiro e professor adjunto no Departamento de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre.
Em entrevista ao Gabinete de Imprensa da Expofacic, o docente universitário assegura que “tudo se fará para apresentar um painel de trabalhos que sejam representativos do que de melhor se faz em Portugal”.
Como enquadra a 1.ª Bienal de Arte num evento com as características e o impacto da Expofacic?
A Expofacic sendo um evento de promoção e divulgação de vários setores, tinha, a meu ver, um hiato por não se centrar, também, na promoção da arte, assim, a 1ª Bienal de Arte vem juntar-se ao painel cultural do evento, ampliando aquilo que vem sendo feito, indo de encontro à excelência programática que de resto tem sido apanágio da organização.
Quais são as suas expectativas em relação à participação nesta primeira edição tendo em conta as áreas artísticas (pintura e desenho) a concurso?
Tratando-se de uma primeira edição, existe a possibilidade de ainda não ter alcance nacional e portanto de se atingirem os números desejados, o que é natural, porém, o caminho faz-se caminhando, e estou em crer que mutatis mutandis, as edições seguintes, pelo crescimento que estará inerente ao evento, serão seguramente melhores. Prognosticar um resultado é sempre incerto, mas podemos conjeturar com segurança, que tudo se fará para apresentar um painel de
trabalhos que sejam representativos do que de melhor se faz em Portugal.
Quais os objetivos, na sua perspetiva, a atingir pela iniciativa?
Os objetivos devem ser faseados, isto é, num primeiro momento, devem garantir-se todas as condições para a realização de uma bienal que se distinga exemplarmente de outras iniciativas do género, por outro lado, o júri deve ter critérios muito exigentes na seleção das obras a concurso, garantindo assim a máxima qualidade dos trabalhos a mostrar. Finalmente, deve a organização empenhar-se na divulgação do evento com vista a torná-lo mais competitivo em edições posteriores, para atrair mais artistas, mas também fruidores, seduzidos pelo seu caráter único.
Como é que encara o desafio de integrar o Júri?
Ser-se júri é assumir a exigente responsabilidade de representar a bienal, tendo este a tarefa de selecionar obras de forma justa, fundamentada em critérios técnicos, artísticos e estéticos, processo nem sempre fácil, considerando a dualidade objetividade-subjetividade que se estabelece, na obra em particular, mas que objetiva uma certa coerência diversificada da exposição em geral.
Os trabalhos resultantes da 1.ª Bienal de Arte da Expofacic poderão harmonizar “o Humano vivenciador, o humano criador e o humano fruidor”?
Inevitavelmente sim. A esfera estética pressupõe o criador e o fruidor como elementos que giram em torno da obra de arte, e como humanos que são implicam nas suas decisões, entenda-se apreciações, as suas vivências particulares. Por outro lado, uma criação diferenciada pode ser geradora de uma metafruição, na medida em que a obra pode solicitar uma participação partilhada no momento da contemplação, ampliando os valores da significação e contribuindo deste modo para um humano mais enriquecido.
Nota Biográfica de Chuva Vasco:
Doutorado em Estudos de Arte, Pelo Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro (2009), e Licenciado em Pintura pela Escola Universitária das Artes de Coimbra (2002). É professor adjunto convidado na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Coimbra, e na Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Portalegre, onde lecciona em cursos das áreas da arte e do design.
Enquanto investigador integrado do Instituto de Investigação em Design Media e Cultura (ID+, Aveiro), e investigador colaborador do Centro Interdisciplinar de Investigação e Inovação (C3i, Portalegre), tem apresentado várias comunicações em encontros científicos nacionais e internacionais, e publicado alguns artigos científicos em revistas e livros de actas de congressos, centrando a sua linha de investigação em áreas tão diversas como as artes plásticas, o cinema e a comunicação.
Publicou em 2015 o livro “Comunicação na arte – o eterno sofisma” (Minerva Coimbra), e tem no prelo o livro “Relatividade Comunicacional da obra de arte – O espaço geográfico”.
É artista plástico, tem exposto individual e colectivamente desde 1997, em Portugal e no estrangeiro (Brasil, Macau, Índia, Cabo Verde, Moçambique, Espanha, Paris), tendo ainda recebido alguns prémios e menções honrosas.