21.05.2025 –
Tem apenas 13 anos, mas já fala de lesões, superação, trabalho e objetivos com a maturidade de uma atleta muito mais experiente. Beatriz Quintaneiro, da ADM – Associação Desportiva de Mira – sagrou-se campeã distrital de patinagem artística e mostra, com serenidade e brilho nos olhos, que o desporto é uma paixão que se vive com entrega e dedicação.
“Foi uma amiga que me mostrou o que era a patinagem. Gostei e quis experimentar. Quando peguei nos patins pela primeira vez, foi amor à primeira vista”, conta Beatriz, recordando o início da sua jornada, há seis anos. Os três primeiros anos foram os mais exigentes: aprender a cair, a levantar, a não desistir. “Sofri algumas lesões antes das provas mais importantes, mas nenhuma me impediu de competir.”
Hoje, sabe bem o que fazer quando algo corre mal. “Quando isso acontece, penso que podia ter feito melhor, mas lembro-me do quanto trabalhei e que tenho de me levantar e seguir em frente!”
Beatriz tem o apoio incondicional da família. A mãe, enfermeira, e o pai, engenheiro, são presenças constantes. “A minha mãe ajuda muito. É a que mais cobra, mas também está sempre lá. O meu pai é mais resguardado, mas sente tanto como ela. Os meus avós nunca falham. E o meu tio, que treina futebol na Finlândia, está sempre a mandar mensagens.”
Apesar de ainda não saber que caminho profissional seguirá, a jovem patinadora revela preferência pela Matemática e afirma que a escola segue equilibrada com o desporto. “Ela é muito organizada”, garante a mãe. “Desde que entrou no Liceu, nunca mais precisou de ajuda.”
Na patinagem, Beatriz Quintaneiro destaca a relação com as colegas e treinadoras – Marta Neves, Rafaela Frade, Cátia Milheirão e Letícia Alcaide. “Gosto muito de treinar. Elas apoiam-nos, corrigem-nos e incentivam muito. Às vezes dão umas broncas, mas é para o nosso bem.”
Sobre o momento da consagração, recorda: “No dia em que me tornei campeã distrital, sabia que tinha feito uma exibição muito boa. Quando ouvi o meu nome, olhei para a bancada e vi os meus pais e amigos. Abracei as minhas colegas, chorei… e, claro, liguei logo aos meus avós.”
Mesmo com provas importantes, consegue dormir bem – nem sempre, mas naquela noite conseguiu descansar. Agora, o foco é claro: “Este ano, gostava de participar no campeonato nacional. Estou a trabalhar para isso.”
Fora dos treinos e da escola, Beatriz gosta de desenhar, estar com os amigos e ter o seu próprio espaço. Sonha, pensa muito no futuro, embora não saiba como será. Ainda assim, guarda um desejo no coração: “Gostava muito de participar numas Olimpíadas.”
E deixa um conselho a quem quer começar no desporto: “Os miúdos devem praticar desporto, fazer atividades, trabalhar muito naquilo que escolherem e, quando as coisas correm menos bem, devem continuar a trabalhar para conquistarem os seus objetivos.”
Beatriz Quintaneiro é um exemplo de como talento, dedicação e uma família presente podem transformar paixões em conquistas…
Jornal Mira Online