O BE desafiou hoje o Governo a tomar medidas urgentes para travar a “bomba-relógio” do preço da eletricidade, propondo alterar a remuneração das barragens para eliminar “lucros abusivos” e acabar com o “jackpot das eólicas” criado por Passos Coelho.
A líder do BE, Catarina Martins, apresentou estas propostas esta manhã em conferência de imprensa desde a sede do partido, em Lisboa, avisando que o aumento do preço da eletricidade “é uma autêntica bomba-relógio à espera de explodir na fatura dos consumidores se nada for feito”.
“Há mecanismos que estão ao alcance do Governo português para baixar o preço da energia sem desistir das medidas fundamentais de transição climática para o nosso país. A primeira delas é garantir que as barragens não são remuneradas como as centrais emissoras de CO2. É excessivo, não tem nenhum sentido”, propôs, referindo que o governo espanhol já anunciou esta medida, algo que Portugal deveria seguir.
A segunda medida, explicou Catarina Martins, “é acabar com a extensão por mais cinco anos das remunerações às eólicas” – o “jackpot das eólicas” — decidida pelo executivo de Passos Coelho e com a qual o Governo de António Costa já devia ter acabado.
“São medidas que devem ser tomadas quanto antes. Não podem esperar pelo Orçamento do Estado porque a 15 de outubro a ERSE dirá qual é o preço do mercado regulado e, para termos a certeza que baixamos e não aumentamos o preço da energia em Portugal, para não aumentarmos as desigualdades sociais, para não agravarmos a pobreza energética, a atuação tem de ser feita agora”, apelou.
O BE, de acordo com a sua coordenadora, já apresentou medidas no parlamento e espera que elas possam ser votadas com o arranque da sessão legislativa.
“O Governo também pode avançar imediatamente, se assim o desejar, e era importante que o fizesse, que olhasse aqui para o lado, para Espanha, onde estas medidas estão já a ser discutidas e começam a ser implementadas”, defendeu.
A líder bloquista garantiu ainda que estas propostas não colocam em causa as metas de eficiência energética e de transição climática, não comprometendo os “poucos fundos” que Portugal tem disponíveis para levar a cabo esta transição.
Lusa