Barrinha: Opinião de José Carlos Garrucho Vereador Independente do MAR

A Nossa Barrinha…

Mira e a sua Praia têm um tesouro extraordinário: a Barrinha.

Os turistas e visitantes ficam deslumbrados com a beleza e singularidade da nossa Praia, sobretudo pela existência de uma lagoa de água doce junto ao mar e à floresta, em tal proximidade e comunhão que são raras. Todos nós, mirenses, nos sentimos orgulhosos de sermos beneficiários diretos e fieis depositários de tal relíquia!

Nunca, que nos lembremos, a barrinha deixou de ser tema para debate, para controvérsias, para promoção da nossa terra, para banhos e recreios, para treinos desportivos, para a pesca, para despejos, como fonte de receita para os seus vizinhos próximos, como espaço de namoro e encantamento, como inspiração e desejo, como um símbolo e todos os demais usos e intenções.

Mesmo os organismos nacionais (leia-se poder central) nunca deixaram de dispor da barrinha como fonte de receita e de afirmação do seu poder e controlo, que ainda hoje existe!

Mas, a Barrinha, como de resto a lagoa de Mira, os lagos do Casal de S. Tome, os lagos e charcos da Ermida, de Portomar e do Seixo vão sofrendo o seu processo evolutivo pela ação da natureza e pela utilização humana e correm hoje um sério risco de definhamento e até de desaparecimento.

A natureza e o uso humano, mais ou menos desregrado, vão consumindo esta riqueza perante a inoperância dos poderes locais e o abandono e desleixo dos organismos do poder central com jurisdição sobre estas riquezas locais.

Como poderemos inverter esta tendência de definhamento e perda desta jóia da nossa glória e alegria? Um só processo e método promoverá a requalificação da Barrinha, em todas as suas dimensões – económica, ambiental, desportiva, turística, social e até simbólica – e será capaz de o fazer: a conjugação de todas aquelas Entidades Oficiais Locais, Regionais e Nacionais que são detentoras de Autoridade sobre a Barrinha.

Quem pode promover as soluções? Quem está mais próximo do problema é que está também mais próximo de promover a solução: uma dinâmica e arrojada estratégia, de envolvimento e aglutinação de todas aquelas entidades, promovida pela Câmara Municipal.

De facto a Câmara Municipal pode e deve promover todas as ações de mobilização, de consciencialização, de debate e de construção de consensos à volta do Presente e do futuro da Barrinha. Para isto pode e deve o executivo municipal envolver as forças vivas da nossa terra, os investigadores e cientistas das universidades da região (temos até uma parceria sobre estes assuntos com a Universidade de Coimbra), enfim, construir boa e fundada opinião pública sobre a Barrinha. Ao mesmo tempo que esse consenso é construído, é necessário ir promovendo os compromissos das entidades públicas obtendo a necessária conjugação de esforços para o que nos interessa: Salvar a Nossa Barrinha!

A Câmara Municipal como representante e mobilizadora das pessoas da nossa terra tem o dever de se mobilizar em primeiro lugar para a Construção das boas e necessárias soluções para a nossa terra!

José Carlos Garrucho

Vereador Independente do MAR