Os bancos portugueses voltaram a ser rentáveis nos primeiros nove meses do ano. As cinco maiores instituições financeiras arrecadaram um resultado positivo conjunto de 602 milhões de euros quando, em igual período do ano passado, tinham registado prejuízos de 493 milhões.
Significa que a Banca lucrou 2,2 milhões de euros por dia. Se a margem financeira (diferença entre juros cobrados em empréstimos e juros pagos em depósitos) e o produto bancário (receitas) foram os catalisadores da recuperação, já o crédito concedido foi dos poucos indicadores que não acompanharam a evolução positiva.
Ao contrário do Santander Totta, que viu os resultados crescer até fim de setembro, mais concretamente em 50%, para 177 milhões de euros (Meuro), os outros quatro bancos portugueses passaram de prejuízos a lucros. BPI, BCP, Banif e CGD inverteram a tendência de perdas, que oscilaram entre os 110Meuro do banco liderado por Nuno Amado e os 233Meuro do banco estatal presidido por José de Matos, para números positivos, entre os 265Meuro do BCP e os 3,4Meuro da CGD.
A explicação está na evolução positiva da margem financeira, que representa a diferença entre os juros cobrados em empréstimos e os juros pagos em depósitos, e que tem beneficiado com a redução do custo dos depósitos a prazo. No conjunto dos cinco bancos, este indicador aumentou 17%, para os 2,8 mil milhões de euros até setembro, face aos 2,4 mil milhões registados no período homólogo.
Igualmente a contribuir positivamente para a recuperação da rentabilidade do setor financeiro esteve o produto bancário (receitas). Juntas, as cincos instituições arrecadaram mais de 5,4 mil milhões de euros nos nove meses, valor que representa uma subida de 18% face aos 4,6 mil milhões em igual período do ano passado.
Mas os fatores de crescimento da atividade bancária não se esgotam aqui. Exemplo disso é a política de redução de custos que o setor continua a implementar e que tem dado frutos. A redução do número de agências e de trabalhadores teve impacto nas contas da Banca, refletida na diminuição de custos. Este indicador diminuiu 3%, para os 2,7 mil milhões de euros, quando há um ano ascendeu a 2,8 mil milhões.
Menos positiva foi a componente relativa aos recursos de clientes. Dito de outra forma, o crédito concedido a particulares e a empresas. Este indicador foi dos poucos a ter uma evolução negativa. Assim, o crédito concedido a clientes recuou 3%, para os 186,3 mil milhões de euros, que compara com os quase 192 mil milhões que a Banca concedeu em igual período do ano passado.
Os depósitos, apesar das baixas remunerações, subiram 1%, para os 173,8 mil milhões de euros.
Fonte Jn