A PSP de Aveiro foi chamada por moradores de um prédio, situado nas Barrocas, no centro da cidade, por um motivo insólito: uma bebé estava a chorar muito.
Às 00.30 horas da última sexta-feira, Catarina Figueiredo e Tiago Cachim, de 30 e de 34 anos, respetivamente, foram, por isso, surpreendidos por dois agentes policiais, que os alertaram para duas queixas que já existiam, por parte das mesmas pessoas, relativamente ao barulho. E o pai da menina acabou identificado pela Polícia. A situação foi partilhada pela mãe da bebé, de apenas dois meses e meio, na Internet, e o caso motivou uma onda viral de indignação, com milhares de cibernautas solidários com o casal.
“Não, não maltratamos a nossa bebé, mas agradecemos a preocupação e o gesto de cidadania. E sim, o choro de um bebé, ao fim de algum tempo, pode tornar-se desesperante (acreditem que cá em casa ouve-se melhor do que na vossa). Mas, como decerto sabem, eles não têm nenhum botão de desligar”, escreveu o casal, numa carta irónica que afixou no elevador do prédio de 10 andares e que, posteriormente, partilhou no Facebook.
“Ela esteve com muitas cólicas desde quarta-feira. O pai ficou a tentar adormecê-la, eu fui tomar banho, e já ela estava a dormir quando tocaram à campainha. Era a Polícia. Disseram que já era a segunda vez que eram chamados”, conta Catarina, proprietária de um centro de explicações, que desconhece os autores da queixa.
No papel afixado no elevador, seguiram-se várias mensagens de apoio, escritas por outros vizinhos, solidários com Catarina e com Tiago. Afinal, Maria Eduarda, com apenas dois meses e meio de vida, apenas sofre de cólicas, como muitos outros bebés. “Não consigo impedir que a minha filha chore. Nós bem tentamos tudo e mais alguma coisa, mas há dias em que nada a faz parar. É uma bebé”, constata Catarina, que, partilhou o caso nas redes sociais de modo a “alertar as pessoas para as consequências dos seus atos”. “De uma brincadeira destas para vir a Comissão de Proteção de Menores à minha porta não deve ser preciso muito”, diz.
Tiago, gestor de projetos numa empresa, foi identificado pelos agentes da PSP. Mas o caso não seguirá mais nenhuns contornos legais.
Agora, mais calma e já relativizando a situação, em jeito de brincadeira Catarina diz: “Se os vizinhos quiserem vir cá bater à porta e tiverem alguma solução, agradecemos”.
Nuno Markl motiva publicação viral
O humorista Nuno Markl partilhou a carta de Catarina e de Tiago na sua página do Facebook, solidário com o casal, e motivou a grande exposição do caso. A publicação, esta terça-feira, já tinha mais de 23 mil “gostos” e quase cinco mil partilhas entre os cibernautas.
Fonte JN