Depois do anúncio de Nuno Melo de não se candidatar, Assunção Cristas decide avançar. Anúncio foi feito no Facebook, e para as 20:00 horas está marcada uma declaração oficial à imprensa.
Assunção Cristas é candidata à liderança do CDS. Depois de Nuno Melo ter anunciado a decisão de não se candidatar, e deixado antever o seu apoio à ex-ministra da Agricultura, Assunção Cristas esclarece a sua posição na sua página de Facebook: é candidata à liderança do CDS “com tranquilidade e muito entusiasmo”.
Esclarecendo que a decisão foi “amadurecida” junto da família e amigos, Cristas sublinha que contou com o apoio de “muitas pessoas” dentro e fora do partido, e que terá sido isso que a fez avançar com uma candidatura à sucessão de Paulo Portas. Para as 20h está marcada uma declaração à imprensa na sede do CDS, no largo do Caldas, onde a ex-governante deverá dar mais pormenores sobre a decisão e sobre a sua visão para o futuro do partido.
Aqui a declaração feita na sua página de Facebook:
Sou candidata à liderança do CDS.
A decisão foi amadurecida com a minha família e amigos, e beneficiou do conselho e do estímulo de muitas pessoas de dentro e de fora do CDS. A todos muito obrigada!
Logo à noite terei oportunidade de explicar as razões que me levam a dar este passo e nas próximas semanas, com a colaboração de todos, prepararei uma moção sólida para levar ao congresso do CDS.
Esta é uma caminhada que faremos juntos, com tranquilidade e muito entusiasmo! Por Portugal. Sempre.
Em apenas 15 minutos, a publicação no Facebook contava com mais de 1300 “gostos” e cerca de 80 partilhas, com dezenas de comentários de apoio e de motivação.
Esta manhã foi a vez de o eurodeputado Nuno Melo ter quebrado o tabu,anunciando formalmente que não seria candidato no congresso de 12 e 13 de março que irá eleger o novo líder dos democratas-cristãos. Melo mostrou vontade de avançar, e admitiu que a decisão tinha sido “muito difícil”, mas afirmou que as suas atuais circunstâncias de eurodeputado – e a vontade de cumprir o mandato até ao fim – o colocavam numa posição menos favorável para chegar ao topo do partido. Na mesma declaração, Melo, que tinha concertado previamente a sua decisão com Assunção Cristas, deixou claro que, caso a ex-ministra avançasse, teria o seu apoio.
Certo é que o avanço de Cristas e o recuo de Nuno Melo (ou o não-avanço) foram decisões acertadas entre ambos – que se reuniram várias vezes ao longo do processo, tendo estado juntos ainda esta manhã. Um dos argumentos repetidos pelo eurodeputado, que reafirmou que nunca viu em Cristas “uma adversária”, foi o de não avançar para não dividir o partido – para o CDS “não se balcanizar”. “É minha obrigação fazer tudo” para evitar conflitos. “O CDS deverá dar o sinal de coesão e unidade”, disse.
Assunção Cristas chegou ao CDS em 2007, “pela mão” de Paulo Portas (ao contrário de Nuno Melo, que esta manhã fez questão de sublinhar que chegou das bases ao topo do partido sem ser pela mão de ninguém). Portas ouviu-a num debate contra a despenalização do aborto e foi à procura do seu contacto. A partir daí a relação consolidou-se: Portas escolheu-a para integrar as listas de candidatos a deputados na Assembleia da República, tendo sido eleita em 2009 e reeleita em 2011 – altura em que é chamada para o Governo para ficar com a super-pasta da Agricultura e Mar. Antes, o contacto de Cristas com a política tinha sido breve e apenas na área da Justiça, tendo sido assessora da ex-ministra Celeste Cardona.
Fonte: observador