A Associação de Carnaval da Bairrada (ACB) está disponível para ter as suas contas auditadas por uma entidade externa, acedendo a um eventual pedido oficial da Câmara Municipal da Mealhada, revelou na terça-feira o seu presidente.
“Estamos disponíveis para o que a Câmara Municipal precisar, no âmbito do protocolo que foi celebrado entre as duas instituições”, disse à agência Lusa Alexandre Oliveira, confrontado com o pedido da autarquia para a realização de uma auditoria às contas da associação.
Na reunião de segunda-feira do executivo municipal, a autarquia presidida por Rui Marqueiro decidiu avançar com uma auditoria à ACB depois de a associação ter solicitado o pagamento de uma verba de 24 mil euros, prevista em protocolo, destinada a cobrir os prejuízos da edição deste ano do corso carnavalesco.
A Câmara da Mealhada apoiou com 60 mil euros a realização do Carnaval de 2018, mas admitiu pagar mais 24 mil euros à Associação Carnaval da Bairrada se o evento fosse prejudicado pelo mau tempo, tal como veio a acontecer.
O mau tempo no Domingo do Carnaval impediu a saída do corso, que acabou por ser substituído por dois desfiles noturnos, realizados com grande sucesso de público dias depois.
A ACB acabou por acionar a chamada “cláusula do mau tempo”, criada pela autarquia em 2015, depois da redução do apoio anual que concede à associação de 84 mil para 60 mil euros.
Nessa altura, Marqueiro assegurou que a Câmara estava disposta a funcionar como uma espécie de seguro, cobrindo a diferença de 24 mil euros entre os dois subsídios se o desfile viesse a ser afetado de forma grave pelo mau tempo ou por qualquer outro incidente que tivesse com o resultado uma reduzida afluência de público.
A cláusula já foi acionada e paga por duas vezes, mas este ano a autarquia fez depender o seu pagamento da realização de uma auditoria externa. A primeira intenção parece ser apurar se o prejuízo do Domingo de Carnaval não foi coberto pela receita dos desfiles noturnos, por onde passaram 11 mil pessoas, entre bilhetes e convidados.
O presidente da associação refere que ainda não foram oficialmente notificados da decisão da autarquia, que considera estar enquadrada no âmbito do protocolo assinado entre as duas instituições. “Estamos perfeitamente dispostos a colaborar no que for preciso”, garante.
Não é a primeira vez que a autarquia promove uma auditoria às contas da ACB. Em 2008, a câmara presidida por Carlos Cabral fez depender da realização de uma auditoria o pagamento de um subsídio de 100 mil euros.
Lusa