O piloto português Paulo Gonçalves, de 40 anos, morreu hoje na sequência de uma queda na 7.ª etapa do rali Dakar na Arábia Saudita, anunciou a organização.
O presidente da Federação Internacional de Motociclismo (FIM), o português Jorge Viegas, considerou hoje, em declarações à Agência Lusa, que “o motociclismo português está de luto muito carregado” na sequência da morte de Paulo Gonçalves no Rali Dakar.
“Não posso estar mais triste. Era um piloto que adorava e que conhecia desde pequenino. Era um exemplo como piloto e como pessoa”, começou por dizer Jorge Viegas à Lusa. O antigo presidente da Federação de Motociclismo de Portugal revelou ter sido acordado por David Castera, o diretor da prova. “Disse-me que o encontraram já morto. Foi em reta, o que é estranho. Não sabem o que aconteceu”, contou.
O presidente da FIM aproveitou para “endereçar mais sentidos pêsames à família”.
“O motociclismo português está de luto muito carregado. O Paulo era sempre uma alegria onde chegava e era muito boa pessoa”, concluiu Jorge Viegas.
Miguel Oliveira disse que Paulo Gonçalves deixou “uma marca profunda na vida de quem teve o privilégio de se cruzar” consigo. “A tua coragem e valentia são exemplos para todos nós. DEP [Descansa em paz]”, escreveu na mesma rede social o piloto de MotoGP.
“Descansa em paz, guerreiro Paulo. O desporto e Portugal ficam hoje mais pobres. Até sempre, Campeão!”, escreveu Félix da Costa na rede social Facebook, acompanhando a publicação com uma fotografia do piloto de Esposende.
À SIC Notícias o piloto Bernardo Vilar também recordou o colega. “O Paulo era referência, teve uma carreira excelente”, disse. “Ele já tinha muita experiência nesta prova, embora tivesse tido muito azar, deu uma demonstração gigante de que era mesmo um piloto Dakar”, continuo. “Todos o vimos a mudar um pneu sozinho a meio do deserto, sem baixar os braços (…) O motociclismo fica mais pobre”, acrescentou.
Armindo Araújo, piloto português de ralis, recordou à RTP3, Paulo Gonçalves. “Conheço o Paulo há muitos anos, era um lutador e um piloto de excelência”.
Já Madjer, duas vezes melhor jogador de futebol de praia do mundo, escreveu que “o desporto português e mundial ficou mais pobre”.
Paulo Gonçalves, segundo da edição de 2015 e que disputava o seu 13.º Dakar, caiu ao quilómetro 276 da especial.
De acordo com a informação da Amaury Sport Organization (ASO), o alerta foi dado às 10:08 horas locais, menos três em Lisboa.
Foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10:16, tendo encontrado Paulo Gonçalves inconsciente e em paragem cardio-respiratória.
“Depois de várias tentativas de reanimação no local, o piloto foi helitransportado para o hospital de Layla, onde foi confirmada a morte”, lê-se.
Paulo Gonçalves ocupava a 46.ª posição das motas à partida para esta etapa.
O piloto participava pela 13ª vez no Rali Dakar, tendo alcançado o segundo lugar na edição de 2015. A primeira vez que disputou a prova foi em 2006 e já conseguira terminá-la por quatro vezes no top 10. Em 2016, o piloto contou ao Observador a prova, etapa a etapa.
Nascido a 5 de fevereiro de 1979, natural de Esposende, foi campeão do mundo em motociclismo todo-o-terreno em 2013 e vice-campeão em 2014.
“Vou tentar dar o meu melhor, um dia de cada vez. Tenho uma mota fantástica. Estou orgulhoso de estar aqui na Arábia Saudita e fazer parte do terceiro capítulo do Dakar. Vou tentar desfrutar das especiais e do país”, disse Paulo Gonçalves, citado pela agência Lusa, na cerimónia de apresentação dos pilotos no pódio.
O Rali Dakar, que decorre na Arábia Saudita, começou no domingo, 5 de janeiro, em Jeddah e vai terminar no dia 17 em Riade.
Madremédia
Foto: offroad