Vários artistas que iam atuar no festival de música eletrónica Forte, em Montemor-o-Velho, que terminou no domingo, denunciaram hoje falhas nos pagamentos, mas a organização assegurou que a situação vai ser regularizada.
Artistas como o italiano Freddy K ou os espanhóis psyk e Reeko, que iam atuar no festival de música eletrónica Forte, cancelaram as suas atuações e, nas redes sociais, acusaram a organização de falhas de pagamento.
Questionado pela agência Lusa, o promotor do festival, Ilídio Chaves, esclareceu que houve alguns problemas de pagamentos com os artistas, face à falta de liquidez da organização, que este ano optou por concessionar os espaços de vendas de bebidas e que apenas recebe o dinheiro relativo à venda de bilhetes ‘online’ no final desta semana.
“Já informámos as agências e os artistas que vamos fazer os pagamentos à medida que recebemos o dinheiro da bilheteira. Não vamos falhar qualquer tipo de pagamento e vamos cumprir todas as nossas promessas, por mais dificuldades que tenhamos”, acrescentou.
Ilídio Chaves explicou que o Forte é um festival “que não nada em dinheiro” e que não tem sido possível fazer todos os adiantamentos de pagamentos pelas atuações, como é comum os artistas exigirem.
Sleeparchive, artista dinamarquês que ia atuar no sábado no festival Forte, afirmou à Lusa que o festival “mentiu” à sua agência sobre os voos, referindo que estavam reservados e pagos, quando não estavam.
“Disseram que, por causa de problemas financeiros, não podiam pagar antes [da atuação] ou naquela noite”, acrescentou o produtor, referindo que, face ao sucedido, optou por cancelar a atuação.
Já os suecos The Empire Line atuaram no domingo de manhã no festival Forte, mas ainda não receberam qualquer pagamento pelo espetáculo, contou à agência Lusa um membro do trio, o artista Varg.
“Chegámos a Portugal sem termos recebido qualquer pagamento. Prometeram-nos que o dinheiro seria entregue quando chegássemos, mas isso não aconteceu”, explica o artista, acusando a organização de mentir.
Os The Empire Line decidiram ir ao palco arrumar o equipamento para cancelar o espetáculo, mas, face ao pedido de duas pessoas do público para tocarem, decidiram dar “um concerto para as pessoas”, relatou, sublinhando que a atuação foi feita sem qualquer garantia de pagamento.
No Facebook, o DJ italiano Freddy K afirmou que, apesar de gostar de tocar “em todo o tipo de condições, há um limite para tudo”, vincando que decidiu cancelar a sua atuação face aos problemas financeiros do festival.
Na mesma rede social, o espanhol psyk, que também cancelou a atuação, disse que a experiência “foi a coisa menos profissional” que já lhe aconteceu.
Já a dinamarquesa Courtesy recorreu ao Instagram para anunciar aos seus fãs que não iria tocar no Festival Forte, também por falhas nos pagamentos.
Segundo Ilídio Chaves, a prioridade da organização agora é “resolver os problemas e pôr tudo em dia”.
Apesar disso, reconhece que a continuidade do festival terá que ser debatida, tendo que ser analisada a sustentabilidade financeira do Forte.
“A equipa está cansada e desgastada e vai fechar agora esta edição com tudo direitinho e depois fazer o balanço”, afirmou à Lusa o responsável, sublinhando que o festival vai honrar “todos os seus compromissos”.
Lusa