A Argentina voltou hoje a reivindicar a sua soberania sobre as ilhas Malvinas/Falkland, que são um território ultramarino britânico desde o século XIX, e cuja invasão pela Argentina motivou uma guerra com o Reino Unido há quase 40 anos
Hoje, como em cada dia 02 de abril, honramos a memória dos nossos heróis veteranos caídos na guerra das Malvinas e reivindicamos a nossa soberania sobre o território. As ilhas Malvinas [chamadas Falklands pelo Reino Unido] foram, são e serão argentinas”, disse o Presidente argentino, Alberto Fernández, numa mensagem na rede social Twitter.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirmou em comunicado que “a melhor maneira” de homenagear os ex-combatentes é “continuar a trabalhar todos os dias para recuperar o exercício efetivo de soberania sobre as Ilhas Malvinas”.
Criticou ainda “a existência de uma base militar britânica nas Ilhas que ignora todas as resoluções das Nações Unidas e a usurpação dos recursos naturais do Atlântico Sul que pertencem ao povo argentino”.
No comunicado, acrescenta-se que o Governo argentino quer “sempre por meios pacíficos” conseguir que “o consenso da comunidade internacional através dos organismos multilaterais gere as condições para que o Reino Unido retome as negociações bilaterais sobre soberania”.
No mesmo sentido, o Conselho Nacional de Assuntos Relacionados com as Ilhas Malvinas – em que estão incluídos o Presidente, Negócios Estrangeiros, forças políticas e académicos – expressou “profundo compromisso com o desenho e implementação de políticas de Estado de médio e longo prazo”.
“Exortamos a que, tal como reclama a comunidade internacional através da Resolução 2065 da ONU e múltiplas declarações de organismos multilaterais, recomece brevemente o diálogo para avançar com negociações para a solução pacífica e duradoura da controvérsia”, afirma o organismo em comunicado.
Por seu lado, o Governo argentino publicou no Twitter uma mensagem em que diz que “no século XXI já não se admitem colonialismos”.
No dia 2 de abril de 1982, forças militares argentinas comandadas pela junta militar que governava a Argentina invadiram as ilhas que são administradas desde 1833 pelo Reino Unido, desencadeando um conflito que terminou com a rendição dos militares argentinos a 14 de junho seguinte.
Durante a guerra, morreram 649 militares argentinos, 255 britânicos e três civis habitantes das ilhas.
Na cerimónia oficial de comemoração do Dia dos Veteranos e Mortos na Guerra das Malvinas, realizada na sede do Ministério da Defesa argentino, o ministro Agustín Rossi anunciou a criação de uma comissão para recordar de forma ativa os ex-combatentes.
Em várias cidades do país, repetiram-se atos de homenagem aos militares.
Lusa