Os passageiros de um voo que invadiram a pista alegam que não têm forma de subsistir na Argélia.
Os cidadãos argelinos que foram detidos no sábado na placa do aeroporto de Lisboa vão pedir asilo em Portugal.
Alegam que não têm forma de subsistir na Argélia, de onde são naturais, e justificaram a tentativa de fuga às autoridades com o facto de não terem um visto para entrar no nosso país, e com o receio de serem identificados pelas autoridades dado que um dos quatro detidos já estava proibido de entrar no espaço europeu.
Os arguidos foram ouvidos esta terça-feira por um juiz. O pedido de asilo por razões humanitárias vai ser submetido ainda hoje, afirmou a advogada Liliana Ferreira.
“Um deles já tinha violado a interdição de entrada no Espaço Schengen. O que aconteceu foi que, desesperados, tentaram não passar pelas autoridades e entrar sem serem identificados. O motivo que os levou a fazer isso foi a fome. Pelo que relataram, não têm maneira de comer, não têm maneira de subsistir, de sobreviver, não têm onde viver. Eles querem ter uma vida normal”, alegou a advogada.
Os quatro homens vão ficar à guarda do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) até que seja instaurado o processo de expulsão ou decidido o pedido de asilo.
Em simultâneo vai correr um processo sumário pelos crimes cometidos em território nacional, explicou a advogada.
O juiz decretou que ficariam sob tutela do SEF até à abertura do processo administrativo que, tudo indica, será de expulsão do país, até porque eles estão irregulares e não têm qualquer tipo de visto. O processo de expulsão tem de ser decidido, no máximo, até 60 dias”, adiantou Liliana Ferreira.
Lusa