O fenómeno chama-se “street racing” (corridas de rua) e é normalmente combinado em fóruns reservados na internet ou através de grupos fechados no Facebook. Seis praticantes, que marcaram uma corrida para a madrugada de sexta-feira, na A2, entre o nó do Fogueteiro e Almada, foram intercetados pela GNR.
Em média aceleravam até 200 quilómetros por hora, mas um deles foi controlado a 243. Ficam todos sem carta, porque não pagaram as multas de 500 euros.
Eram Subarus, Hondas e Seat. Os condutores, todos da Grande Lisboa e amantes da velocidade, têm entre 27 e 33 anos. Marcaram o encontro através do Facebook, para testar quem tinha o carro mais potente e a condução mais afinada. Só que os elementos da GNR já sabiam da corrida e organizaram uma operação para travar os excessos de velocidade que, em Portugal, são a principal causa de sinistralidade na estrada com vítimas mortais.
“Temos a noção de que há muitas corridas organizadas na nossa área e, por isso, estamos sempre atentos. Este ano, já realizámos várias operações para travar o fenómeno. Tem sido uma preocupação constante, para não dizer diária”, explicou ao JN fonte da GNR, que precisou terem sido fiscalizadas 30 viaturas em março, durante uma operação especialmente dirigida contra o “street racing”.
Sexta-feira, a pista pública escolhida pelos pilotos amadores foi o troço da A2, no sentido sul/norte, entre o Fogueteiro e Almada. Para que a GNR pudesse intercetar as “bombas” em segurança, todo o troço foi cortado, cerca das três horas.
Como “prémio”, os seis pilotos foram para casa com 21 multas, entre elas seis autos por excesso de velocidade e dois por realização de marcha-atrás na autoestrada. É que quando foram forçados a parar pela GNR, dois condutores tentaram fugir, invertendo a marcha, mas acabaram por ser intercetados na mesma. Um dos corredores tem carta há menos de três anos, por isso ainda em regime de prova.
“Sabemos que há corridas organizadas na Margem Sul, mas também na Grande Lisboa e não só. O resto do país não está imune. O “street racing” tinha diminuído nos últimos tempos, mas parece que está a voltar a aparecer”, disse ao JN a mesma fonte da GNR.
Jornal de Noticias