António Costa falha comemorações do 10 de Junho “por motivos de saúde”

O primeiro-ministro cancelou a sua participação nas comemorações do 10 de Junho em Braga e em Londres por motivos de saúde, entre sexta-feira e sábado, de acordo com um comunicado do gabinete de António Costa.

“O gabinete do primeiro-ministro informa que o primeiro-ministro não poderá estar presente nas Comemorações Oficiais do 10 de Junho por motivos de saúde”, foi referido em comunicado.

Fonte do executivo adiantou à Lusa que o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já foi informado sobre esta decisão, após “aconselhamento médico”.

A mesma fonte acrescentou que o problema de saúde de António Costa “não é grave”, mas já esteve na origem da opção tomada pelo primeiro-ministro, na quarta-feira, de cancelar a sua agenda na Feira da Agricultura de Santarém.

Em declarações aos jornalistas esta tarde, em Braga, Marcelo disse que o médico aconselhou António Costa a “dois a três dias” de repouso, contados a partir de hoje.

“Não é nada de preocupante ou de grave”, garantiu, afirmando pensar que não é covid-19 e que acontece a todos problemas febris ou de indisposição.

Marcelo lembrou que o programa das comemorações é “pesado e muito intenso”, pelo que “seria uma insensatez” a participação do primeiro-ministro.

O chefe de Estado disse ainda que soube “indiretamente” da doença do primeiro-ministro, sublinhando que não iria “incomodar” o chefe do Governo nesta situação.

Adiantou que ainda não sabe quem substituirá o primeiro-ministro nas comemorações.

“Se acontecesse a mim, seria um bocado mais complicado”, concluiu.

Na quarta-feira, ao início da tarde, António Costa tinha primeiro uma cerimónia de apresentação e contratualização de projetos de investigação sobre alterações climáticas, no auditório do CNEMA, e visitava depois a Feira da Agricultura.

No entanto, por recomendação médica, o primeiro-ministro cancelou a sua agenda e agora foi aconselhado a prolongar o seu “repouso” por mais alguns dias, o que o impede de cumprir o programa das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas primeiro em Braga, depois em Londres.

António Costa deveria chegar a Londres a meio da tarde de sexta-feira e logo a seguir, juntamente com o presidente da República iria discursar perante representantes das comunidades portuguesas no Reino Unido.

No sábado, também com Marcelo Rebelo de Sousa, visitaria instituições de educação e de saúde em Londres, começando pela Escola Anglo Portuguesa.

As celebrações do Dia de Portugal no ano passado decorreram na Região Autónoma da Madeira, com um programa intenso, durante três dias, que terminou com a cerimónia militar comemorativa do 10 de Junho na cidade do Funchal.

Inicialmente, esteve previsto prosseguirem em Bruxelas, junto dos portugueses residentes na Bélgica, coincidindo com o final da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, mas esse programa no estrangeiro acabou por ser cancelado devido à situação sanitária local.

Em 2020, face à evolução da pandemia da covid-19, Marcelo Rebelo de Sousa cancelou as comemorações do 10 de Junho que estavam previstas para a Madeira e para a África do Sul e optou por assinalar a data com uma “cerimónia simbólica” no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, apenas com os dois oradores e seis convidados.

Quando assumiu a chefia do Estado, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa lançou, em articulação com o primeiro-ministro, António Costa, e com a participação de ambos, um modelo inédito de duplas comemorações do 10 de Junho, primeiro em Portugal e depois junto de comunidades portuguesas no estrangeiro.

Em 2016 decorreram entre Lisboa e Paris, em 2017 entre o Porto e o Brasil, em 2018 entre os Açores e os Estados Unidos da América e em 2019 entre Portalegre e Cabo Verde.

 

Fonte: MadreMedia