15.5.2023 –
O Coordenador so S.TO.P. falou em exclusivo com o Jornal Mira Online durante a sua passagem por Mira, nesta segunda-feira.
MO – Como tem sentido, a nível nacional , a vossa atuação na luta dos professores, e não só?
AP – Exatamente, não é só pelos professores que estamos a lutar. Sexta-feira estive em V. Franca de Xira, hoje estou em Mira e é impressionante… muitas escolas estão fechadas e estamos a unir todos os profissionais da educação. A luta é de todos e é importante dizer que profissionais da educação desmotivados, é mal a todos os níveis.
MO – Como reage às críticas, inclusive de alguns pais, de que estão a utilizar a “qualidade escolar” como desculpa para as vossas reivindicações?
AP – É fácil desmontar essa ideia! Estamos a lutar pelas reivindicações justas dos professores que correm atrás de um tempo em que pagaram e descontaram e não vêem seus direitos reconhecidos. Mas, também estamos a lutar por salários mais dignos de outras categorias, como os Assistentes Operacionais… acho que os pais e os avós compreenderão que esta classe que tem um papel primordial no acompanhamento escolar das crianças e jovens merecem receber mais que 700,00 euros! O que é que se faz com esse valor, não é? Vejo pessoas com 30 anos de serviço com esse salário… essas pessoas, esses profissionais, merecem ser valorizados. Por isso, estamos aqui a dizer que, se há muito dinheiro neste país para a Parque Escolar, parcerias público-privadas, banqueiros ou indenizações chorudas, também deve haver para a Educação, para a Saúde e para a Justiça!
MO – Esta é uma aposta para a qual não se pode esperar uma resposta rápida. Não tem receio que os profissionais esmoreçam ao longo do tempo, por verem que “nunca mais” são atendidas naquilo que estão a reivindicar?
AP – Obviamente que a situação ao alongar-se, pode gerar algum cansaço… mas, também há aquela frase que diz que “quem vai à guerra, dá e leva!”. Não serão só os profissionais a se cansarem. O próprio Governo já começa a demonstrar algum cansaço! Todos se lembram que, antes desta luta, o própriio Ministro dizia que a contagem do tempo era um “não assunto”… neste momento ele já não diz isso. Antes da luta começar, o sr. Ministro recusava-se a discutir, nas reuniões, assuntos que se referissem aos não docentes… hoje já aceita discutir, após a pressão do S.TO.P. sobre os técnicos de educação. Claro que queremos discutir sobre os Assistentes Operacionais e outros e não vamos disistir, até porque, escuto por todo o lado, pessoas a dizerem-me “André, não podemos parar, não podemos desistir” e isso é o que estamos e vamos continuar a fazer… lutar!
Jornal Mira Online