A organização não governamental afirma que a rede social permite comentários a abusos e atos de violência contra as mulheres por não dar lhes conseguir dar uma resposta adequada e eficaz.
No relatório #ToxicTwitter: Violence and abuse against women online que a Amnistia Internacional preparou ao longo de mais de um ano, a organização acusa o Twitter de permitir que o abuso e a violência online contra as mulheres cresça, ao não conseguir garantir um ambiente seguro na sua utilização.
“Para muitas mulheres, o Twitter é uma plataforma onde a violência e o abuso contra elas floresce, frequentemente com pouca responsabilização”, pode ler-se no documento de 77 páginas, acrescentando que “como empresa, o Twitter está a falhar na responsabilidade de garantir o respeito pelos direitos das mulheres online por não investigar e responder adequadamente às denúncias de violência e abuso de forma transparente”.
O relatório dá exemplos concretos de várias situações em que “apesar das repetidas promessas de limpeza da plataforma, muitas mulheres entram no Twitter e encontram encontrar ameaças de morte, ameaças de violação, racistas ou homofóbicas que destroem a sua autoestima”, segundo uma investigadora da AI.
Em correspondência trocada com a organização de defesa dos direitos humanos, a rede social discorda das acusações, argumentando que “não pode eliminar o ódio e o preconceito da sociedade”. O Twitter também se defendeu das acusações afirmando que, nos últimos 16 meses, já foram colocadas em prática mais de 30 medidas para melhorar a segurança e diminuir posts abusivos.
No entanto, a Amnistia contrapõe as justificações da rede de Jack Dorsey ao salientar que o Twitter não permite que os seus utilizadores saibam como lida com as denúncias ou quais são os critérios que estão na base do controlo feito.
Com este relatório, a organização de defesa dos direitos humanos pretende que Twitter assuma as suas responsabilidades e que arranje soluções para tornar a experiência das mulheres naquela rede social seja “menos tóxica, mais livre e mais segura”.
O documento da organização é baseado numa investigação realizada nos últimos 16 meses, no Reino Unido e nos EUA, e que inclui entrevistas realizadas a 86 mulheres, políticos e jornalistas. Pode aceder aqui ao relatório completo.